conta-se
e já vai no tempo a famosa missa dos mortos ocorrida em ouro preto,
vivenciada por um vigia que dormia sempre na sacristia da igreja.
segundo ele, lá pelas tantas da madrugada, acordou sobressaltado pelo
barulho de vozes que vinham da nave central do templo, meio assustado,
viu uma missa sendo celebrada e, no altar, um padre de fisionomia
cadavérica, assim como todos os fiéis que estavam no recinto. apavorado,
tentou sair pela porta do fundo que dava pro cemitério, estava aberta
e, por ela, entravam mais seres cadavéricos, sem ter pra onde ir, acabou
se misturando a eles e assim, um deles, chegou no seu ouvido e
balbuciou algo incompreensível, neste exato momento, um raio partiu uma
árvore, pois chovia muito nesta lúgubre madrugada, daí pra frente, a
única coisa que ficou sabendo foi contada pela pessoa que o encontrou,
todo molhado, desmaiado na frente da igreja, pela manhã. mais tarde, foi
constatado, que uma das árvores do cemitério da igreja tinha sido
partida ao meio por um raio.
essa
história faz arrepiar os cabelos do mais incrédulo e foi contada por
joão leite, pessoa muito conhecida em toda cidade de ouro preto, um
homem simples, miudinho, que sempre montado em seu cavalinho branco, se
contentava em viver e receber alguns trocados para guardar e vigiar os
pertences da igreja das mercês de cima.
anibal werneck de freitas.
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