quarta-feira, 26 de maio de 2021

PARABÉNS! DONA ADILÉA BRITTO DE LIMA, PELOS 97 ANOS!


Dona Adiléa, que esta data, de 31 de maio de 2021, lhe seja plena de muita alegria, junto aos seus filhos e familiares, porque a senhora merece muito mais, por tê-los criado tão bem!


São os votos de Anibal, Alice e Filhos.

DE COMO O ROÇADOR DE PASTO, JOSÉ RAIMUNDO, SE VIU ENVOLVIDO COM COISAS DO OUTRO MUNDO, EM CONCEIÇÃO DA BOA VISTA, MG.

 


De segunda a sexta, josé raimundo subia o morro da igreja de conceição da boa vista, mg, passando pelo cemitério situado atrás, pra roçar o pasto, que ficava mais adiante. Isso era sagrado, toda manhã tomava o seu café e ia direto pro trabalho, com a sua foice bem afiada. Assim, raimundinho, como gostava de ser chamado, fazia o seu ofício com muito gosto, porque a renovação do pasto é muito importante, além de controlar a altura do capim, favorece a pastagem do gado. Pois é, nas suas arrancadas até o local de labuta, nunca se deparou com ninguém, o trajeto era feito num silêncio sepulcral e, por falar em sepulcral, num dia muito frio de junho, atravessando na frente do portão do cemitério, de repente, ele ouviu um choro de criança, parou meio assustado, não viu nada, ficou meio cabreiro e seguiu o seu caminho, achando ser coisa da sua imaginação, até porque, muita gente lhe falava que ouvia esse estranho lamurio, também. Deste modo, o tempo passou, mas numa tarde, já anoitecendo, voltando do trabalho, ao chegar perto do cemitério, começou a ouvir nitidamente, o choro de muitas crianças, sem ter um adulto por perto. Completamente apavorado, saiu correndo rente ao muro do campo santo, sentindo o contato de mãozinhas agarrando o seu corpo, como se quisessem pedir socorro. Foi realmente muito assustador!, depois dessa experiência macabra, nunca mais vou trabalhar por aquelas bandas!. contou, raimundinho, dias depois, aos amigos que foram visitá-lo, Os companheiros riram, e tentaram acalmá-lo, Amigo, foi tudo imaginação sua!, Vocês falam assim, porque não estavam lá na hora! retrucou. Desta feita, a história do raimundinho se repercutiu no vilarejo e região, com muita força, chegando aos ouvidos de um brasilianista estadunidense, willian joseff, que se interessou pelo caso. Depois de muita pesquisa em manuscritos antigos, encontrados na sacristia, uma página quase ilegível trouxe à tona a elucidação do caso, não podia ser outra coisa, pois tratava-se de um cemitério à parte, só para crianças que morriam pagãs, antigamente eram tantas, que não dava nem tempo de batizá-las, como manda a santa madre igreja. Após esta revelação cabal, um padre foi requisitado, sob o aval do bispo, para resolver a questão. E assim, num domingo, antes da missa matinal, o sacerdote, reunindo os fiéis, jogou água benta, e proferiu, Eu batizo todas as crianças que foram enterradas aqui em nome do pai, do filho e do espírito santo!. Depois deste dia, ninguém ouviu mais choro de criança naquela parte do cemitério

NOTA, história baseada nos dados fornecidos pela minha irmã, janine. Brasilianistas são estudantes estadunidenses que se interessam pela história das minas gerais.

FOTO: vista panorâmica da frente da igreja nossa senhora da conceição, com o cemitério atrás.

Anibal werneckfreitas,

terça-feira, 25 de maio de 2021

DE COMO O CANTADOR E TOCADOR DE VIOLA, CHICO FILIN, DE LEOPOLDINA-MG, NÃO CONSEGUIA AGRADAR NINGUÉM COM A SUA MÚSICA.


Isto aconteceu realmente na década de 20, do século XX, em leopoldina-mg. Naquela época havia uma dança muito popular chamada caxambu, que os jovens apreciavam muito. 
Sendo assim, nossa história começa com um pretinho franzino e de voz fraca, chamado, chico filin, que vivia cantando e tocando sua viola, mas ninguém lhe dava ouvido, e, quando não estava na roça trabalhando, passava o dia inteiro, cantando ao som de sua desafinada viola, na sua casinha de sapé, no morro, hoje conhecido como, o alto da ventania. Acontece que, mesmo com todo esse afinco, ele não conseguia agradar ninguém. Muitos de forma sarcástica, chegavam rindo, na sua janela, e zombavam, Filin, vá pra roça trabalhar, porque sua viola é a enxada!. Ele era o santo de casa que não fazia milagre, todavia, mesmo assim, prosseguia na sua luta sem nenhum reconhecimento, porque além de músico muito limitado, sua voz não atendia ao padrão da época, ou seja, o vozeirão. Então, no dia 13 de maio de 1926, comemorando a abolição da escravatura, um grande cantador da zona da mata, cognominado, mazagão, fora chamado para dar o seu show, no salão do clube cutubas, fundado pela comunidade negra, assim como o flor da mocidade de recreio-mg. Tudo corria bem, mas na hora do evento, o salão estava lotado, e o famoso mazagão não chegava, e, o pessoal reclamando muito, já estava querendo ir embora. Naquele tempo, as estradas regionais eram ruins e poucas, de modo que os atrasos eram constantes. Por sua vez, aproveitando a situação, chico filin, pra salvar a festa, pegou a sua viola, foi direto pro palco, e, sob protestos da plateia, começou a cantar. O salão ferveu e uma chuva de vaias veio de todos os lados, dava pena ver o pretinho nessa situação deplorável. Quando tudo parecia ir pro fundo do poço, de repente, o pessoal começou a aplaudir, chico filin chegou até esboçar um sorriso que morreu, quando ouviu os gritos, Fora, chico filin, fora!, mazagão chegou agora!!!, fora, chico filin, fora!, mazagão chegou agora!!!. E, desta triste maneira, mazagão já estava vindo em sua direção. No dia seguinte, chico filin desapareceu de leopoldina, e, ninguém sabia do seu paradeiro. Como castigo, a partir deste lamentável dia, o povo arrependido passou a sentir muito a sua falta.

NOTA: Fonte, Nossos avós contavam e cantavam histórias, de Angêlica de Rezende Garcia. Na foto, década de 40 - Esperança Jazz e componentes do curso de corte e costura do Clube Cutubas. (Acervo de Elpídio Rodrigues).

anibal werneckfreitas, em 25/05/2021.

sábado, 22 de maio de 2021

PARABÉNS, IRMÃO, PELO SEU DIA!

 Parabéns, meu irmão, Marco Antônio Werneck de Freitas, pela sua data! Que continue o trabalho de informação em prol da comunidade de Recreio, você merece!

São os votos de Anibal, Alice e Filhos.



sexta-feira, 21 de maio de 2021

PARABÉNS FILHO, PELA SUA DATA NATALÍCIA

Parabéns, filho: Anibal Machado Werneck de Freitas, pelo seu aniversário, e que continue assim, sempre feliz com a sua esposa, Monique, e os filhos, Saulo e Murilo, porque você é a nossa grande alegria, continue assim! São os votos do seu pai, mãe e irmãos.



segunda-feira, 17 de maio de 2021

DE COMO AS HISTÓRIAS DE ASSOMBRAÇÃO NOS FASCINAM E NOS AMENDRONTAM AO MESMO TEMPO.

 

Recreio, MG, no final do século XIX, era apenas as fazendas das Laranjeiras e a do Recreio, propriedades dos irmãos, Capitão Inácio e Ferreira Brito, que deixaram o trem dos ingleses passar rumo ao progresso do lugar. Pois bem, voltando mais no tempo, durante a escravatura, a Igreja fazia vista grossa em relação ao sofrimento dos escravos nas mãos dos seus senhores, muitos eram emparedados vivos nas construções de templos, casarões e até senzalas, para se obter uma estrutura mais consistente, daí a razão desses edifícios terem um ambiente muito carregado. Em Abaíba, distrito de Leopoldina, MG, nos restos de uma senzala considerada mal-assombrada, muita gente dizia que ouvia, durante a noite, gritos, lamentos e prantos. Em Recreio, por sua vez, a Escola Estadual Olavo Bilac é considerada mal assombrada, também, porque foi erigida encima do antigo cemitério da cidade, substituído por outro, fora do perímetro urbano, afim de evitar um contágio maior da febre amarela, que assolou o Rio de Janeiro, no início do século XX. Enfim, neste prédio escolar, considerado mal-assombrado, eu tive duas experiências fantasmagóricas. A primeira, foi numa noite tranquila, os alunos estavam em sala de aula, quando levei o maior susto, com uma aluna, saindo apavorada da biblioteca, quase me atropelando, gritando meia-engasgada, Tem uma assombração na biblioteca, eu vi!!!. O susto foi tão grande, que a moça precisou tomar um copo d’água, com açúcar, na cozinha. Como eu era diretor do educandário, na ocasião, não contei nada pra ninguém, afim de evitar maiores problemas. Agora, quanto à segunda, pelo que eu me lembro, eu já estava me preparando pra dormir, e o telefone tocou, Diretor, a última sala da parte de cima da escola está com a luz acesa!. Agradeci e fui, não havia uma viva alma na rua, chegando, abri a porta e entrei, na mesma hora senti uma pressão muito forte sobre mim, parecendo impedir a minha caminhada pelo corredor da biblioteca, estava tudo muito escuro, não acendi nenhuma lâmpada pra não chamar a atenção da vizinhança, e, deste modo, atravessei o pátio, subi a escada, sempre com alguma coisa me incomodando, ganhei o corredor de cima, fui até a última sala, apaguei a luz e voltei. Minha amiga e meu amigo, a volta foi pior, só de me lembrar fico todo arrepiado, ao descer a escada, comecei a perceber vultos me seguindo, não sei se foi impressão minha, mas foi muito assustador, fiquei com muito medo, porque ninguém é de ferro, me pareciam muitos atrás de mim, talvez, querendo me pegar, e assim, assustadíssimo, cheguei a correr de tal maneira que, quando dei por mim, já estava na rua, completamente aliviado, dando aquele, ufa!. Chegando em casa, contei, esbaforido, tudo pra minha esposa.

FOTO: Prédio da Escola Estadual Olavo Bilac, de Recreio, MG.

NOTA, Caro leitor e leitora, está aí a razão pela qual eu gosto de contar histórias de assombração, eu me sinto muito envolvido a este tema, inclusive na minha própria vida, aliás, todos nós somos protagonistas de histórias assim, o problema é que muita gente não se abre, porque tem medo dos outros pensarem mal, o que não é o meu caso, afinal, isto faz parte da vida de todos nós. O pensador, William Shakespeare, tem uma frase que diz tudo, Existem coisas entre o céu e a terra, que a nossa vã filosofia desconhece!.

 

Anibal werneck de freitas, em 2021.

sexta-feira, 14 de maio de 2021



depois de celebrar a missa da manhã, num sábado ensolarado de céu azul, padre higino latteck deixou a igreja de conceição da boa vista aos cuidados da competente zeladora cininha, e entrando em seguida na sua camioneta verde, com a cabeça pendendo para o lado direito, pegou a direção, e, apressadamente, com o afobamento que lhe era peculiar, pisou no acelerador, rumo a recreio, numa estrada de chão, com apenas cinco quilômetros de extensão. e deste modo, a viagem corria tranquilamente até que numa curva, dois sujeitos surgiram do nada, pedindo carona. instintivamente, ele pisou no freio e os deixou abordar o carro. acontece que mais na frente, segundo o padre higino, ele se arrependeu de ter dado a carona, porque começou a observar pelo espelhinho, que os dois homens no banco traseiro, completamente mudos, se entreolhavam de forma suspeita. lá pelas tantas, o automóvel começou a dar problema, e nesse ínterim, padre higino virou pra trás e pediu aos dois: por favor, desçam e empurrem o carro pra ele pegar!. não deu outra, assim que eles desceram, o padre higino meteu o pé na tábua, deixando pra trás os homens comendo poeira. chegando em recreio, com muito medo, foi direto pra casa paroquial, fechando portas e janelas, alegando uma forte dor de cabeça, e, devido a isso, não celebrou a missa das oito, na matriz menino deus. pois bem, aí está a razão do boato que saiu depois desse fato, que o padre higino dava carona, mas deixava a pessoa no meio do caminho, o que nunca foi verdade e, pelo que sei, ele parou de dar carona para estranhos. engraçado, parece-me que estou omitindo alguma coisa a respeito do padre higino, nessa história, ah!, já ia me esquecendo, o defeito no automóvel, na verdade, foi magistralmente simulado por ele.

NOTA: é verdade que todo boato tem um fundo de fato, é aquele negócio, eu aumento mas não invento. agora, esta história é verdadeira e foi contada pelo próprio padre higino.

anibal werneck de freitas, 2021.

segunda-feira, 10 de maio de 2021

DE COMO O MÚSICO EDUARDO HENRIQUES CONSEGUIU TOCAR AO VIVO NUM CASAMENTO FEITO PELO PADRE HIGINO EM CONCEIÇÃO DA BOA VISTA.


isso aconteceu 
no ano de 1974, silvério contratou seu amigo, eduardo henriques, músico de mão cheia, de cataguases, mg, pra tocar no seu casamento, em conceição da boa vista, distrito de recreio, mg. a cerimônia do casório seria regida pelo padre higino latteck, um homem bom, mas muito radical no que fazia, sempre acompanhado de um temperamento forte, o que não lhe agradava, saía logo soltando chispas. uma vez, uma mulher entrou com uma saia meio curta, na casa de deus, ele simplesmente parou a missa e ralhou: você não pode ficar aqui, vestida assim, vá pra casa e troque a sua roupa por uma mais decente!. nascido em insterburg, na alemanha, em 31 de março de 1905, padre higino fugiu pro brasil, devido à perseguição nazista ferrenha, no seu país. sendo assim, aqui, em 1948, foi enviado para a paróquia, menino deus, de recreio, mg. apesar de ranzinza, ele era um homem muito corajoso, demonstrando isso na tromba d'água de abaíba, onde salvou muita gente. pois bem, padre higino foi pároco em recreio, duas vezes, de 1948 a 1955, e depois, de 1973 a 1983, ano em que faleceu, sendo enterrado na paróquia em que estava. assim como eu, o escriba deste texto, muitos foram batizados e casados por ele, e, o interessante que aconteceu comigo, foi quando lhe mostrei o meu batistério, pra poder casar, ele olhou pra mim e sorriu, dizendo: o seu batistério é o original!. tudo isso, graças à minha mãe, que o tinha guardado, todos esses anos. pois é, o padre higino era, também, muito brincalhão, porque todas as vezes que encontrava com o meu pai, que tinha o sobrenome higyno, também, ele ria e brincava: e aí parente, tudo bem?. voltando ao assunto inicial, o músico, eduardo henriques, pegou o seu equipamento de som e rumou pra conceição, afim de tocar no casamento do silvério, na igreja nossa senhora da conceição, onde armou a sua aparelhagem musical, perto do altar. nesse devido  momento, a igreja já estava cheia, com os padrinhos, as madrinhas e o noivo esperando pela noiva, todavia, quando o padre higino saiu da sacristia em direção ao altar, viu o microfone e o teclado, e, já foi logo esbravejando: eu não quero música ao vivo na minha igreja!. o sacristão ao ver o sacerdote zangado, foi até o músico e falou baixinho no seu ouvido: vá pro coral da igreja que lá encima tem um quartinho pra você tocar meio escondido, porque o padre higino, devido à sua idade, não está mais enxergando bem de longe, faça isso e deixa o resto comigo. e assim foi feito tudo muito rápido, porque a noiva já estava chegando de carro. apesar do quartinho apertado e cheio de teia de aranha, eduardo conseguiu tocar na entrada da noiva até o altar, mas antes de começar a cerimônia, o padre higino, mais uma vez, interrompeu e vociferou: eu já falei que não quero música ao vivo, fui claro?. conforme o combinado com o músico, o sacristão conseguiu aquietar o padre higino, respondendo: padre, não é música ao vivo, é um disco na eletrola. como ele não estava mais enxergando direito, prosseguiu o enlace até que notou duas madrinhas e algumas mulheres no banco da frente, usando roupas decotadas, e, deste modo, não deu outra: saiam da igreja, aqui é a casa do senhor e ele não admite pouca vergonha!. constrangidas, as mulheres foram para o lado de fora do templo, indignadas. procedendo assim, ficaram tristes por não poderem ver o casório. no entanto, observando ao redor, elas viram no terreiro de uma casa, um enorme varal de fraldas, que uma mulher estava lavando no tanque, naquela época, as descartáveis não eram comuns, e assim, uma das mulheres, disse: eureka!, eu tenho uma ideia genial!, já sei o que vamos fazer!. e, desta maneira, foram até a lavadeira: minha senhora, desculpe-nos por entrarmos assim no seu quintal, é que estamos com um problemão, e a senhora pode nos ajudar. a princípio, a lavadeira relutou, mas acabou cedendo: tudo bem, mas depois me devolvam!. pode parecer muito estranho, dali pra frente, as mulheres puderam entrar na igreja, cada uma com a sua fralda, e, desta feita, sem problema algum, o silvério e a noiva puderam casar em paz.

NOTA: esse fato ocorreu realmente em conceição da boa vista, e me foi contado pelo próprio músico, que tocou no casamento do silvério. é como eu sempre digo, eu aumento, mas não invento.

anibal werneck de freitas, 11.05.2021

domingo, 9 de maio de 2021

VIVA O DIA DAS MÃES!

salve todas as mães do mundo, e em especial, a minha mãe, wanda, a minha esposa, alice e as da família, graça souza, conceição, daiane, graça, mariana, janaína, monique e outras!

são os meus votos de muita felicidade!

anibal werneck de freitas.


jf, 09.05.2021 

sábado, 8 de maio de 2021

DE COMO O INOCENTE ZEZIM ACABOU SENDO VÍTIMA DE DOIS PRIMOS PERVERSOS DO RIO DE JANEIRO.



zezim morava no sitio beija flor, em conceição da boa vista, era solteiro, muito simpático e trabalhador. seu ofício era o de mascate, vendia joias junto com o seu irmão josué, bastante conhecido na região. certo dia, dois parentes, os irmãos nélio e joão, do rio de janeiro, se alojaram em sua casa durante uma semana, mostrando pra ele que eram bons atiradores, rodando a arma no dedo, com muita habilidade, imitando os cowboys do velho oeste. no período em que esses irmãos estiveram em sua casa, houve uma festa em barreiros, e os três, zezim, nélio e joão, participaram do evento. acontece que o povo do lugar começou a ficar desconfiado com os dois estranhos que estavam sempre olhando por debaixo da aba do chapéu, pois pareciam estar se escondendo de alguma coisa. esta situação estranha chegou ao ouvido do representante do lugar e, deste modo, mandou chamar o zezim e lhe disse: olha meu rapaz, largue esses caras, eles vão acabar te matando. como os dois eram seus primos, zezim não deu crédito ao aviso recebido e, desta maneira, não percebia o perigo à sua volta. por sua vez, os visitantes sinistros, acostumados a fazer coisas erradas, começaram a armar um plano para matar o que podemos chamar de delegado, mas não foram adiante. lá pelas tantas da madrugada, no finalzinho da festa, zezim recebeu outro alerta: não vá pra casa com eles, vem pra minha, eles vão te matar!. todavia, não adiantou nada. já no sítio, os dois mal encarados esperaram o zezim dormir pra roubarem as suas joias. com o barulho provindo do roubo, zezim acordou: que barulho é este?, o que vocês estão fazendo?. estava muito escuro, e sem ouvir nenhuma resposta dos ladrões, levou uma facada certeira no peito, depois foi golpeado nas costas e como se não bastasse, cortaram lhe a genitália e o seu crâneo foi esmagado por uma enxadada que borrifou sangue nas roupas dos assassinos, que correram até a uma mina d'água, para limpá-las. sendo assim, deram no pé até barreiros, onde tomaram café na dona juliana, que lhes perguntou: cadê o zezim?. tranquilamente, responderam: o zezim viajou pra miracema!. nesse exato momento veio chegando a dona alva buarque e assim, eles pediram uma carona até na entrada de recreio. a camionete estava cheia de trabalhadores do campo, graças a isso, não aconteceu nada de ruim na viagem. chegando no ponto combinado, pediram pra parar, desceram do carro e sumiram no mato. dona alva buarque achou aquilo muito estranho, mas tocou pra frente a sua condução. cinco dias depois, umas pessoas, que estavam roçando no sítio beija flor, viram uma enorme quantidade de urubus no telhado da casa do zezim, acharam muito esquisito e foram averiguar. ao se aproximarem do recinto, um forte cheiro de carne podre provocou náuseas e alguns chegaram a vomitar, obrigando-os a chamar as autoridades competentes, que se depararam com uma cena de arrepiar os cabelos, isso foi a 54 anos atrás. enfim, com este lamentável fato, o corpo do zezim, ainda bem jovem, foi colocado num gamelão de fazer rapadura e levado no caminhão do rustim pro cemitério de conceição. pois é, voltando ao dia em que a dona alva levou os facínoras de carona até recreio, lhe aconteceu algo inusitado, explicando melhor, ela sempre usava seus sapatos mais velhos pra trabalhar, ia e voltava com eles, todavia, naquele dia ela tinha de ir na casa de um parente em recreio e não ficava bem com sapatos sujos, sendo assim, resolveu colocar os novos que, pela primeira vez trouxera consigo, mas qual o quê, procurou por eles no carro, e não os achou.

NOTA: esta história é verídica e foi contada pelo meu primo roldão moreira, eu apenas a transcrevi, usando nomes fictícios. é aquela coisa, eu aumento mas não invento. obrigado, primo, se quiser mandar mais, estamos aí.

anibal werneck de freitas, 09.08.2021


sexta-feira, 7 de maio de 2021

quinta-feira, 6 de maio de 2021

LEMBRANÇAS 2 (anibal, armando e lenira)

se esta música se identificar com a sua infância, significa que somos praticamente da mesma faixa etária, verifique!



quarta-feira, 5 de maio de 2021

DE COMO UM HOMEM CHAMADO PEREIRÃO ASSUSTOU MUITA GENTE NO INÍCIO DOS ANOS 50 NUM BAIRRO DE RECREIO, MG, CHAMADO GROTINHA.



pereirão era um homem negro, alto, forte e um bom freguês do meu pai, no café sto. antônio, onde quase todos os dias chegava para prosear, e aos sábados fazer o pagamento da sua turma do trem de lenha, que vinha lá das bandas de angaturama, distrito de recreio, mg. nessa ocasião, eu era muito criança, e o que me chamava a atenção nesse pereirão era uma enorme cicatriz vertical, que ia da sua testa até o cocuruto, seguida de um afundamento craniano bem acentuado, o que me intrigava muito, tanto assim que, um dia, não aguentei a curiosidade, e perguntei ao meu pai a respeito desse enorme ferimento cicatrizado, que ele tinha na cabeça. meu pai viu o meu interesse, e desta maneira, puxou o seu banquinho de estimação, e me respondeu: filho, é uma história muito longa, mas vou te contar. esse homem, o pereirão, adquiriu essa lesão, através de uma briga de foice, por causa de uma mulher. quem viu a luta ficou horrorizado, e não pôde fazer nada para separar os dois, e, assim, a briga só terminou com o pereirão sangrando no chão, e o rival fugindo, e as pessoas, que estavam presentes na contenda, correram logo para acudir o pereirão, que estava meio desfalecido. no hospital, os médicos não gostaram do ferimento, mas fizeram o que podiam para salvá-lo. por incrível que pareça, o pereirão se recuperou assombrosamente e recebeu alta, indo pra casa, com o auxílio dos amigos, e, quanto ao seu oponente, ninguém mais ouviu falar dele. já em sua residência, na grotinha, bairro de recreio, pereirão se recuperava satisfatoriamente, até que numa manhã, se levantou cambaleando, chamando pela mulher, que estava na cozinha fazendo o café, mas quando ela chegou no quarto, pereirão estava caído no chão, mortinho da silva. naquele tempo, os velórios eram em casa, era comum o termo, ele está no meio da sala, ou seja, no caixão sobre a mesa. após esse fatídico acontecimento, dona maria, sua mulher, começou a receber os vizinhos, que chagavam pesarosos, porque o pereirão era muito querido, era uma pessoa que, se pudesse, ajudaria a grotinha inteira, no que fosse possível. acontece que a sala onde estava o defunto tinha tanta gente, que começou a vazar pros quartos, cozinha, terreiro, sem falar na frente do recinto domiciliar. o velório corria tranquilamente até na hora em que a dona alfredina notou que o morto tinha mexido o dedo minguinho da mão direita, ela não acreditou, voltou a olhar, e o dedo mexeu de novo, pra quê, ela se levantou e gritou: o morto se mexeu, o morto se mexeu!. eu nunca vi morto se assustar, mas com os seus gritos, pereirão apavorado, abriu os olhos, e já sentado no caixão, começou a berrar com o seu vozeirão: o que está acontecendo, o que está acontecendo???. minha amiga ou meu amigo, depois desta cena, não dá pra imaginar o que aconteceu, mas eu vou contar: na hora que o pereirão desceu da mesa, e ficou em pé, as pessoas romperam porta afora, aos gritos, aos tombos, desvairadas, varando o mato próximo, as crianças se embolando nas saias de suas mães, as mulheres e os homens se embaraçando uns aos outros, a julinha danadinha, ao correr para o quintal, rolou por cima da cabeça da margarida, caindo dentro dum chiqueiro lotado de porcos, o jorge tadeu torceu o pé, a mãe da calcidinha desmaiou no meio do quintal, o francisquinho perdeu a fala durante vinte e quatro horas, o brandãozinho desceu até a rua conceição aos berros: eu vi o jenésio, eu vi o jenésio!!!, eu acho que ele queria dizer jesus, a marilda, ao pular uma cerca de arame farpado, ficou presa a noite toda pela anágua, uma segunda saia que as mulheres usavam naquele tempo, o professor geraldo tavares subiu uma enorme figueira e no outro dia não sabia como descer, não se sabe como o alaerte foi parar no cemitério de conceição, enfim, foi uma loucura daquelas. passado este calamitoso dia, no domingo que se seguiu, o pereirão encontrou de manhazinha o bastião tremendo que nem vara verde, todo mijado, apatetado, de cócoras, na estrebaria, debaixo do cavalo. 

NOTA: meu pai, como muita gente, dizia que isso realmente aconteceu. segundo a doutora clarisse bezerra, a catalepsia é um distúrbio em que a pessoa não consegue se movimentar devido a rigidez muscular, não sendo capaz de mexer os membros, a cabeça e até sendo incapaz de falar. No entanto, todos seus sentidos e funções vitais continuam funcionando corretamente, o que pode causar extrema sensação de pânico e ansiedade. antigamente, muita gente foi dada como morta e enterrada viva, mas hoje isto é impossível devido ao eletroencefalograma e ao eletrocardiograma.

anibal wf. em 05.05.2021

sábado, 1 de maio de 2021

de como um taxista dos anos 50, que levava gente de recreio pra conceição e vice versa, fez pacto com o diabo.



na minha infância eu cheguei a conhecê-lo de vista. foi assim, ele parou o seu carro em frente a casa dos meus pais, na rua conceição, e assim, o chofer, com o semblante pesado me chamou a atenção, acontece que nesse exato momento, minha prima notou e virou pra mim: tá vendo aquele homem, o nome dele é tarquínio, e lá em conceição, as pessoas falam que ele tem parte com o diabo, porque o que ele ganha, não dá pra ter um casarão e um sítio enorme, lá pras bandas de barreiros. barreiros é uma localidade fundada por imigrantes italianos, que vieram pro brasil, substituir a mão de obra escrava na lavoura, porém remunerada, onde muitos se tornaram sitiantes e donos de fazendas. pois é, esse cara, que diziam ter parte com o demo, comprava muito e não pagava ninguém, e, sendo assim, sua situação acabou ficando muito difícil, devido à cobrança dos seus credores, ao ponto de receber até ameaças de morte. então, numa bela manhã de céu azul, correu uma notícia, em conceição, de que ele tinha morrido repentinamente, e, com a notícia, as pessoas foram até a casa do finado, mas ficaram proibidas de entrar, por quatro seguranças bem armados do tarquínio. é bom lembrar que naquela época, qualquer um podia comprar uma arma, eu mesmo cheguei a ver revólveres expostos na vitrine de uma loja situada numa esquina no centro de recreio. pois bem, voltando ao homem que tinha parte com o tinhoso, no dia de sua morte, não teve velório em sua residência e sim na igreja nossa senhora da conceição. sendo assim, na hora do padre encomendar o corpo pra eternidade, mandou abrir o caixão, e, na expectativa nervosa, todo mundo ficou de olho no dito cujo pra ver o cadáver, nesse momento um silêncio sepulcral tomou conta do recinto religioso, dava pra ouvir a respiração das pessoas, se eu contar o que viram, você não vai acreditar, mas uma coisa eu lhe digo, isso realmente aconteceu, tanto assim que essa história foi contada e recontada em conceição, recreio, barreiros, angaturama, abaíba, volta grande, pirapetinga, leopoldina e até em cataguases, basta saber que algo assim nunca houve em lugar algum, contam que depois disso, o tarquínio sumiu do mapa. ah, desculpe-me, esqueci de dizer o que tinha dentro do caixão, então vamos lá, no lugar do defunto, tinha uma bananeira, sim, uma tremenda bananeira, acredite se quiser.

nota: a tatana fonseca me passou esta história, que sua mãe lhe contava, e assim, vasculhei a minha memória, e me lembrei da minha prima cidinha, que deus a tenha, ter me contado essa história. sendo assim, tatana, obrigado pela sua valiosa colaboração, a gente aumenta, mas não inventa, porque tudo tem sempre um fundo de verdade.

anibal wf., jf, 02.05.2021

VENTO SUAVE (Lenira, Armando e Anibal)