quarta-feira, 18 de março de 2020

CRUZ DE FERRO - anibal & Armindo Torres


Em 1964, o Brasil passava por momentos difíceis, porque uma Ditadura Militar estava sendo instalada e o povo tinha conscientização desta situação drástica. 
Sendo assim, o clamor por uma divisão de renda melhor assustava os poderosos. 
No mundo lá fora, o comunismo avançava a passos largos.
Assim, no Brasil, em Recreio(MG) não poderia ser diferente. Na ocasião, os ferroviários, seguros do seu valor, resolveram colocar no prédio da igreja católica, o símbolo maior da sua labuta, ou seja, a cruz. 
Foi, realmente, um fato inusitado.
A cruz, feita no barracão com os trilhos da ferrovia, foi  levada no muque pelos ferroviários até o morro da matriz, sob a batuta de um maestro pra não perder o equilíbrio e assim encravá-la com precisão na frente do prédio sagrado. 
E deste modo, os e as recreienses presentes cantaram o Hino Nacional, mostrando o lado civil e respeitoso do evento.

NOTA: Mediante a este grande acontecimento, eu e o parceiro Armindo Torres resolvemos homenagear, com a música Cruz de Ferro, aqueles valorosos homens, bem como, os párocos Juarez e Mauro que permitiram tal proeza.

anibal, 18.03.20.

terça-feira, 17 de março de 2020

segunda-feira, 16 de março de 2020

O OSSO DO CABRALINHO


Cabralinho era um homem de meia idade e baixinho, quando bebia, ficava muito embriagado, mas nunca caía. 
Pois bem, tudo começou numa noite muito escura. 
Seu Quirino, dono do boteco, onde ele frequentava assiduamente, o chamou e disse, Cabralinho, vá agora ao cemitério e traga-me um osso qualquer, se tiver coragem.
Já bem calibrado, Cabralinho respondeu, Uai, é pra já! Pode deixá que eu vou buscá esse osso! Falando isso tomou mais um gole e saiu correndo como um louco. 
O caminho era longo e ia até à igreja e ao cemitério, no alto do morro.
Seu Quirino, como era um homem muito brincalhão, pegou um lençol branco, que estava de baixo do balcão e partiu atrás, indo por um atalho, que poucos conheciam. 
Chegando primeiro, rapidamente se enrolou no lençol e ficou esperando o Cabralinho, atrás de um túmulo.
Quando ele, o Cabralinho, chegou no cemitério, ao aproximar-se de um  forno, lugar onde ficavam ossos desenterrados, ouviu uma voz cavernosa,  Cabralinho, não mexe em nada!!!
Como Cabralinho não se assustava facilmente, começou a mexer nos ossos. Cada um que pegava, ele ouvia, Não, este aí é da minha avó!!!, este é do meu avô!!!, este é do meu pai!!!, este é da minha mãe!!!. 
No entanto, quando ele pegou um osso, Quirino se levantou atrás do túmulo e como um fantasma, berrou, Este osso é meu!!!, este osso é meu!!!  E assim, Cabralinho ficou tão assustado, que saiu do cemitério como um louco, mas com o osso agarrado no peito. 
Imediatamente, Quirino foi pelo atalho e chegou no seu boteco, bem na frente do Cabralinho, e, deste modo, calmamente, foi pro balcão, no exato momento em que Cabralinho apareceu, com o coração na boca, e, sem desconfiar de nada, jogou o osso no balcão e falou, Taí o osso que você queria, me dá meu dinheiro pra cá! 
O pessoal não acreditava no que via, o osso estava realmente encima do balcão. 
É bom lembrar que esta história foi contada muitas vezes em Conceição da Boa Vista. Mas, por causa dela, surgiu uma grande pergunta, Quem teve a coragem de levar o osso de volta pro cemitério?.

FONTE: História contada pelo meu pai, Antônio Hygino de Freitas, registrada na página 4, do fanzine, Mar de Morros, nº 40, de Novembro de 2002.

Anibal Werneck de Freitas, em 17.03.20. 

domingo, 15 de março de 2020

A LENDA DA MULHER-COBRA DE CONCEIÇÃO(MG)


Desta vez a lenda se refere a uma mulher diabólica e escravista, que tinha um ciúme mortal do seu marido, um fazendeiro de muitas terras e escravos.
Esta fatídica história começou quando essa mulher ruim percebeu que uma escrava muito linda estava chamando a atenção do seu senhor.
Ela era tão perversa que quando um escravo fazia algo errado, mandava açoitá-lo no tronco até a morte. A bem da verdade, vivia contrariando as ordens do seu amo, parecia que era a dona de tudo.
Deste modo, essa escrava bonita era vigiada dia e noite, mas a demoníaca mulher nunca descobriu nada que a comprometesse em relação ao seu cônjuge. Seu ciúme era doentio.
Em certo dia, estando-lhe ao alcance das mãos o recém-nascido dessa escrava suspeita, ela, iludindo a vigilância dos presentes, meteu a criança no braseiro do forno que preparava para assar mercadorias da fazenda, e ali se conservou até que o fogo destruísse os últimos vestígios de seu crime. Como se tratava da morte dum filho de escrava, ficou tudo por isso mesmo.
Quando essa odiada mulher morreu, tirando a família, quase ninguém foi ao seu enterro. Seu túmulo ainda visível no cemitério de um povoado próximo, muitos anos após, fendeu-se, e, por uma dessas fissuras, penetrou uma enorme surucutinga, que ali também se acomodou.
Então, a esse fato, atribuíram fazendeiros e negros das redondezas, ter a mulher, pela sua maldade, se transformado naquela serpente.
Para não sair do túmulo e assustar as pessoas, este, foi cercado por uma corrente que tem o poder de isolar coisas do outro mundo.
Mentira ou não, este túmulo cercado por corrente está lá no cemitério de Conceição da Boa vista até hoje.
Nota, Esta lenda da Mulher-Cobra está no livro, Sertões dos Puris, de Heitor de Bustamante. O povoado próximo nesta história é Conceição da Boa vista, localidade muito importante naquela época, porque na Semana Santa atraia gente de todos os lados.
Pra concluir, este conto foi inspirado encima da colaboração de Celso Lourenço, no fanzine, Mar de Morros, abril de 2002.
anibal werneckfreitas, em 14.03.20.

CONCEIÇÃO ASSOMBRAÇÃO - anibal werneckfreitas




Meu pai era de Conceição da Boa Vista e através dos seus parentes, eu ouvia muitas histórias deste lugar misterioso, quando eu era ainda criança. Deste modo, para perpetuá-las, resolvi transformá-las em música e letra.

anibal wf., 15.03.20.

sábado, 14 de março de 2020

A MULHER DO FERROVIÁRIO DE RECREIO(MG)


No tempo áureo da ferrovia em Recreio aconteceu um caso interessante.

Tudo começou com um maquinista que viajava muito para as bandas de Carangola.
Como você sabe, alguns maquinistas não aguentavam ficar muito tempo longe da família e, por isso mesmo, se entregavam à bebida ou às mulheres. O do nosso caso se rendeu às mulheres. E todas às vezes que ele chegava em Recreio, vindo de Carangola – onde tinha uma amante –, não atendia aos apelos carinhosos da mulher, dizendo estar muito cansado da viagem.
Esta situação acabou virando uma rotina insuportável para a sua esposa. 
Todas as vezes ele dizia sempre a mesma coisa.
Esta situação foi enchendo a moringa da paciência de sua mulher e num belo dia o conteúdo transbordou. Neste dia ela não cobrou nada dele. Pelo contrário, o recebeu toda sorridente dizendo que tinha uma surpresa. E assim o marido tomou aquele banho – coisa que sempre fazia quando chegava de viagem –, para depois jantar e cair na cama para um sono reparador.
Após o jantar, antes de ir pro quarto, o maquinista não se conteve de curiosidade e, impaciente, perguntou logo pela surpresa. A resposta veio na hora. Desabafando a mulher lhe disse que a galinha que ele comeu no jantar não era galinha e sim, o seu galo de estimação.
Indignado e bastante nervoso ralhou com ela dizendo que o bicho era presente dum amigo de Carangola. E de dedo quase no nariz da companheira vociferou:
- Mulher, por que você matou justamente o galo que eu trouxe de Carangola?
Sem demonstrar nenhum medo e bastante agressiva a mulher respondeu:
- Justamente porque tudo que vem de Carangola não presta pra mais nada.

*História contada pelo meu pai Antonio Hygino de Freitas (in memoriam). 

anibal werneck de freitas.

terça-feira, 10 de março de 2020

MA VIE (Alain Barrièré)

 


Nos meados das décadas de 60 e 70, as rádios brasileiras tocavam muita música francesa e italiana. Foi a época dos festivais de músicas, culturalmente riquíssima, o que infelizmente não acontece mais nos dias de hoje.

FOTO: Anibal recebendo o troféu no II Festival da Música Popular de Recreio(MG), promovido pelo O Jornal de Recreio em 1972. 
Da esquerda para a direita estão os jurados, Dona Lia Monteiro, Dona Íris Coimbra, Lindo José, Dr. Geraldo Damasceno e o Dr. Célio Luz. Bons tempos!

VÍDEO: Anibal (voz e teclado) e MA VIE (Alain Barrièré). 

anibal, 10.3.2020. 

sexta-feira, 6 de março de 2020

quinta-feira, 5 de março de 2020

SÓ FALTAVA ESTA! (anibal werneckfreitas)


A Folha de S.Paulo, de 1º de março de 2020, citou que o general da reserva, Augusto Heleno, disse há dois anos, na Escola Superior de Guerra, 'A Colômbia ficou 50 anos em guerra civil porque não fizeram o que fizemos no Araguaia'. Foi vivamente aplaudido, mas não disse, o que fizeram.

Tirando as revoltas do Brasil-Império, quem conhece a nossa História, sabe muito bem que o país nunca esteve numa situação de guerrilhas. Pois bem, quanto a Guerrilha do Araguaia, não passou de 40 homens do PC do B, maltrapilhos, numa mata, alguns armados, outros não. tanto assim que a resistência contra o exército brasileiro foi pífia, muitos se entregaram, mas foram mortos covardemente. Acontece que esses assassinos, no início deste  século XXI, cogitaram uma indenização do Governo idêntica à dos Pracinhas, o que me levou a fazer a canção, Só Faltava Esta!, naquela ocasião.

anibal werneckfreitas, em 05/03/2020.

terça-feira, 3 de março de 2020

HOMENAGEM AOS NORMALISTAS DE 1968 DO COLÉGIO JOÃO XXIII EM RECREIO(MG)


Formatura, da segunda turma de normalistas do Colégio João XXIII, realizada no extinto Cine Recreio, às 9 horas do dia 21 de dezembro de 1968, em Recreio(MG).
Na foto, temos apenas a metade dos formandos: Ana Maria, Anibal no violão, Heloísa, Carmem Lúcia, Cirley, Maria Clarice, Delminda, Regina Coeli e Solange, sendo impossível identificar
duas formandas.
Na outra foto, a qual infelizmente eu não tenho, estão: Ana Neri, Blênia, Carmen Lúcia, Cléa, Edy Maria, Jussara Maria, Lúcia Maria, Maria do Carmo, Maria Ferreira, Maria das Graças, Maria Izabel, Maria Luzia, Marluce, Nilo Cézar, Niva, Noeme, Pedro Elsio, Rosa Maria, Terezinha Helena e Vera Lúcia.
A foto nos mostra o momento do Hino dos Normalistas (Anibal Werneckfreitas - Mauro Queiroz - Gilberto Perez), acompanhado, também, pelo Conjunto Palladium. 

Anibal, em 03/03/2020.












HOMENAGEM AOS SELENITAS (1967) - NÃO ENCONTREI! (anibal)


Bons tempos aqueles! Os Selenitas, conjunto de Yé, Yé, Yé!, enchiam o salão da sede do Recreio E. C., em 1967, com seu equipamento precário, sublimado pela grande vontade de cantar e tocar dos seus membros, que estão na foto: Sebastião (violão-solo), Zé Rosa (guitarra), Anibal (violão-baixo) e Roberto (bateria). 
Além disso, o grupo tocava três músicas próprias: Não Encontrei! (anibal), Por ti... (anibal e Sílvio César) e Gato Branco! (anibal), que fizeram um grande sucesso, ao ponto de muita gente achar que elas eram do disco novo do Renato e seus Blue Caps, que ainda não tinha chegado, em Recreio(MG), via férrea, sob encomenda, porque era assim na época.

NOTA: Outros componentes devemos mencionar: Julinho, Antônio Dias e Theotônio. A música do vídeo, Não encontrei!, foi gravada anos depois, no estilo voz e violão.

anibal, em 03/03/2020. 

VENTO SUAVE (Lenira, Armando e Anibal)