Naquele tempo, em Conceição da Boa Vista, dava nome de bar, quando tinha cadeira pra sentar e de botequim, quando não tinha. A gente ficava em pé mesmo. Pois bem, nesta época, aconteceu uma história de verdade, que vale a pena contar.
Um tal de Chiquito tinha um botequim, com uma sinuquinha e um movimento muito bom. Chiquito era muito alegre e gozador. Acontece que ele tinha um freguês muito frequente, conhecido como Cletinho e, a história que eu vou contar, começa e termina com ele.
Cletinho era um homem de meia idade e baixinho, quando bebia, ficava muito tonto, mas nunca caía.
Pois bem, tudo começou numa noite muito escura. Chiquito, do balcão, virou pro Cletinho e disse, num tom sério, querendo rir, Cletinho, tenho aqui um dinheiro e ele é todo seu, se você tiver a coragem de ir lá no cemitério agora, buscar um osso ou o crânio de uma caveira, que estão no forno.
Já bem calibrado, Cletinho respondeu, Uai, é pra já! Pode deixá que eu vou buscá esse osso! Falando isso tomou mais um gole e saiu correndo como um louco e já era quase meia-noite.
É bom lembrar que o cemitério ficava longe, tinha que subir um caminho longo que dava até no morro, onde estavam a igreja e o campo santo atrás dela.
Chiquito era um homem que tudo o que fazia, preparava bem antes e, vendo o Cletinho sair, pegou um lençol branco, que estava debaixo do balcão e partiu atrás, indo por um atalho, que poucos conheciam. Chegando primeiro, rapidamente se enrolou no lençol e ficou esperando atrás de um túmulo.
Quando Cletinho chegou cansado, tinha uma luazinha que ajudava a clarear muito pouco. Pois é, quando ele se aproximou de um forno, lugar onde ficavam ossos desenterrados pra dar lugar a outros na sepultura, ele ouviu uma voz cavernosa, porque o Chiquito era bom nisso, Cletinho, não mexe em nada!!!
Acontece que o Cletinho não se assustava facilmente e continuava a pegar os ossos. Cada um que pegava, ele ouvia, Não, este aí é da minha avó!!!, este é do meu avô!!!, este é do meu pai!!!, este é da minha mãe!!!. Mesmo assim, ele continuava e quando pegou o último osso, Chiquito se levantou detrás do túmulo e como um fantasma, berrou, Este osso é meu!!!, este osso é meu!!! Cletinho, vendo aquilo, ficou tão apavorado, que saiu do cemitério, como um foguete, com o osso agarrado no peito.
Conhecedor do tal atalho, Chiquito chegou bem na frente e, calmamente, foi pro balcão. E neste exato momento, Cletinho chegou, com o coração na boca e, sem desconfiar de nada, jogou o osso no balcão e falou, Taí o osso que você queria, me dá meu dinheiro pra cá! O pessoal não acreditava no que via, o osso estava realmente encima do balcão.
É bom lembrar que esta história foi contada muitas vezes em Conceição e em Recreio. Mas, por causa dela, surgiu uma grande pergunta, Quem teve a coragem de levar o osso de volta?.
anibal werneckfreitas, em 30/08/2019.
Um tal de Chiquito tinha um botequim, com uma sinuquinha e um movimento muito bom. Chiquito era muito alegre e gozador. Acontece que ele tinha um freguês muito frequente, conhecido como Cletinho e, a história que eu vou contar, começa e termina com ele.
Cletinho era um homem de meia idade e baixinho, quando bebia, ficava muito tonto, mas nunca caía.
Pois bem, tudo começou numa noite muito escura. Chiquito, do balcão, virou pro Cletinho e disse, num tom sério, querendo rir, Cletinho, tenho aqui um dinheiro e ele é todo seu, se você tiver a coragem de ir lá no cemitério agora, buscar um osso ou o crânio de uma caveira, que estão no forno.
Já bem calibrado, Cletinho respondeu, Uai, é pra já! Pode deixá que eu vou buscá esse osso! Falando isso tomou mais um gole e saiu correndo como um louco e já era quase meia-noite.
É bom lembrar que o cemitério ficava longe, tinha que subir um caminho longo que dava até no morro, onde estavam a igreja e o campo santo atrás dela.
Chiquito era um homem que tudo o que fazia, preparava bem antes e, vendo o Cletinho sair, pegou um lençol branco, que estava debaixo do balcão e partiu atrás, indo por um atalho, que poucos conheciam. Chegando primeiro, rapidamente se enrolou no lençol e ficou esperando atrás de um túmulo.
Quando Cletinho chegou cansado, tinha uma luazinha que ajudava a clarear muito pouco. Pois é, quando ele se aproximou de um forno, lugar onde ficavam ossos desenterrados pra dar lugar a outros na sepultura, ele ouviu uma voz cavernosa, porque o Chiquito era bom nisso, Cletinho, não mexe em nada!!!
Acontece que o Cletinho não se assustava facilmente e continuava a pegar os ossos. Cada um que pegava, ele ouvia, Não, este aí é da minha avó!!!, este é do meu avô!!!, este é do meu pai!!!, este é da minha mãe!!!. Mesmo assim, ele continuava e quando pegou o último osso, Chiquito se levantou detrás do túmulo e como um fantasma, berrou, Este osso é meu!!!, este osso é meu!!! Cletinho, vendo aquilo, ficou tão apavorado, que saiu do cemitério, como um foguete, com o osso agarrado no peito.
Conhecedor do tal atalho, Chiquito chegou bem na frente e, calmamente, foi pro balcão. E neste exato momento, Cletinho chegou, com o coração na boca e, sem desconfiar de nada, jogou o osso no balcão e falou, Taí o osso que você queria, me dá meu dinheiro pra cá! O pessoal não acreditava no que via, o osso estava realmente encima do balcão.
É bom lembrar que esta história foi contada muitas vezes em Conceição e em Recreio. Mas, por causa dela, surgiu uma grande pergunta, Quem teve a coragem de levar o osso de volta?.
anibal werneckfreitas, em 30/08/2019.