sexta-feira, 23 de novembro de 2012

MAMÃE OXUM ME SALVOU




Sinto na mata a presença de Oxossi, como se ele estivesse atrás de mim para me acertar com sua seta mágica, aliás, na verdade, tudo é magia, tudo flui dentro da gente como água na fonte, Corre que o homem vem aí, Alguém passa por mim e me alerta, e assim com meus botões penso ser Oxossi, mas não era não, era um homem mesmo, mais que depressa me desapareço numa moita e o deixo passar preservando assim minha existência, de repente ouço um canto vindo da cachoeira, voz de mulher que nenhum homem resiste, deste modo corro em direção à voz e quem eu vejo à beira do rio ajeitando suas madeixas, Mamãe Oxum, ela me viu primeiro e foi logo dizendo, Não se apoquente não meu filho, senta aí que nada lhe fará mal. Disse-lhe que Oxossi queria me pegar e ela mais calma ainda apenas me advertiu, É bom tomar cuidado com o guerreiro porque ele é bom de mira, mas por outro lado tem um coração bondoso, portanto não se apoquente não, se ele aparecer aqui darei um jeito. Ainda tremendo me sentei perto dela e assim me senti protegido e ela sem a menor cerimônia continuou cantando, não sei como, acontece que eu adormeci, acordei com a minha família à minha volta perguntando, O quê lhe aconteceu homem, você ontem bebeu demais, sumiu de casa e nós passamos a noite toda lhe procurando e só agora de manhazinha é que estamos lhe encontrando todo sujo de lama e com a cabeça na pedra em tempo de se afogar nas águas desta cachoeira, o quê lhe está acontecendo realmente, Não tive coragem de responder porque ninguém iria acreditar, são coisas que acontecem em nossa terra de Pindorama.
Anibal Werneck de Freitas.

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