não
é só o milton nascimento que entoa nossa minas gerais, eu também,
aliás, sou até meio egoísta, pois a tenho como minhas gerais, mas isso é
de mentirinha, pois eu a reparto com todos os mineiros, é só uma
maneira diferente de dizer, minhas gerais das igrejas seculares, do
barroco mineiro, embora ateu, curto de montão as artes sacras, pra mim
são obras do homem homenageando o desconhecido, como por exemplo
aleijadinho, pra poucos como eu, um mito, no entanto é melhor acreditar
que ele realmente existiu, aí está toda a magia da nossa querida minhas
gerais, nossos governantes nunca foram lá essas coisas, todavia, a gente
dá um desconto, o capitalismo é o grande culpado por mais que eles
queiram destruir nossa minhas gerais, sinto que não são capazes devido a
sua força enraizada na nossa gente, as minhas gerais parece um brasil
dentro do outro, digo isso porque no passado, vila rica foi a capital do
nosso país, portugal além atlântico se fez enquanto nosso ouro durou,
reconstruiu lisboa pós terremoto, com isso minhas gerais deixou de ser o
que sempre foi, ficou na lembrança e hoje traz na sua cultura o
obaluaiê dos negros, bem como as congadas diversificadas em folias de
reis, irmandades afrobrasileiras, modas de viola enfronhadas num
caipirismo contagiante, ao mesmo tempo religioso, ao mesmo tempo
profano, afinal, por incrível que possa parecer, tudo isso influenciado
indiretamente pela igreja, uma colina sem uma igrejinha jamais será
minas gerais, jamais terá o sabor do pão de queijo, portanto, seu
milton, eu também canto minhas gerais.
aníbal werneck de freitas.
eta, minhas gerais! (anibal werneck de freitas) quando
a noite aporta / nos morros das minhas gerais / traz a lua branca /
clareando os capinzais. / quando a noite encena / as serras das minhas
gerais / no horizonte escuro / formam enormes catedrais. / eta, minhas
gerais! / chão que amo demais! / eta, minhas gerais! / “que não esqueço
jamais!” / quando a aurora canta / madrigais das minhas gerais / e
semeia ilusões / inflamando os casais. / quando a aurora encanta / os
homens das minhas gerais complementam as mulheres / sob a luz dos
castiçais. / eta, minhas gerais! / chão que amo demais! / eta, minhas
gerais! / “que não esqueço jamais!” / quando o dia acorda / agitando as
minhas gerais / abre os raios amarelos / aclarando os desiguais. /
quando o dia aflora / descobrindo as minhas gerais / mostra os templos
seculares / penetrando os vitrais. / eta, minhas gerais! / chão que amo
demais! / eta, minhas gerais! / “que não esqueço jamais!” / quando a
tarde toca / o ângelus das minhas gerais / põe minh’alma leve / buscando
os ancestrais. / quando a tarde dobra / os sinos das minhas gerais /
nossa virgem abençoa / estas terras celestiais. / eta, minhas gerais! /
chão que amo demais! / eta, minhas gerais! / “que não esqueço jamais!” /
eta, minhas gerais! / chão que amo demais!
link de eta, minhas gerais!
http://anibalwf.blogspot.com/2011/01/anibal-werneck-canta-eta-minhas-gerais.html
link de eta, minhas gerais!
http://anibalwf.blogspot.com/2011/01/anibal-werneck-canta-eta-minhas-gerais.html
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