domingo, 29 de agosto de 2021

DE COMO OS VAMPIROS ATACAM A GENTE PELA INTERNET.


A Internet é um veículo eficaz para os ataques dos vampiros. Digo isso de cadeira, porque constantemente sou incomodado por eles, são sutis, aos poucos vão minando nossas forças, camuflados em empresas, bancos, revistas, etc...
Você pode estar se perguntando, Mas como?, não estou entendendo, nunca imaginei tal coisa, como eles podem lhe fazer mal através da internet?. E eu respondo que são os inúmeros e-mails que nos enviam, dificultando assim a visualização da página de correspondência. Coisas que poderiam estar num único e-mail, eles preferem enviar 20, 30, de uma vez só. Você abre a caixa do seu e-mail e lá estão todos de cabo a rabo, entupindo tudo, um absurdo, uma situação que suga as forças de qualquer um. Deletá-los seria uma solução para combatê-los, todavia, infelizmente, não é não. Digo isso, porque através dessa ação, você terá o trabalho de fazer todos os dias, causando assim uma outra forma deles, os vampiros, chuparem suas energias. A bem da verdade, os vampiros estão por toda parte, e cada vez mais eficientes. Se você não acredita no que estou falando, passe a observar melhor a enorme quantidade de informações, isso sem falar daquelas em que você corre o perigo de cair na conta do vigário. Uma vez, um dono de bar reclamou comigo, por não ter recebido a mercadoria, ou seja, caixas de cerveja, que eu tinha vendido pra ele, é mole?. Outra feita foi ainda pior, um e-mail em inglês, de um gerente de banco palestino, dizia que eu tinha sido escolhido aleatoriamente, pra receber um terço da conta bancária de uma família muito rica, cujos membros tinham morrido na guerra contra Israel, e que, segundo o costume deles, num caso assim, o dinheiro seria dividido em três partes, uma pra ele, outra pra comunidade e a terceira pra mim. Pois é, esmola de mais, o santo desconfia, e, por isso mesmo, não caí nessa. Portanto, devido aos constantes ataques de vampiros na internet, eu aconselho a estar sempre alerta, cada passo tem sempre uma mina, na qual podemos pisar e aí, BUM!!!!

awf, 31.08.2021


quinta-feira, 26 de agosto de 2021

DE COMO MEU AMIGO THEOTÔNIO ME ASSUSTOU, NUMA DAS NOSSAS COSTUMEIRAS CAÇADAS DE RÃS, NA CIDADE DE RECREIO, MG.



Normalmente, minhas histórias são sempre meias-verdades, todavia, esta não é, porque eu a vivenciei junto com o meu amigo, Theotônio, que já não se encontra mais entre nós.
Tanto ele, quanto eu, tínhamos pouco mais de 20 anos. Gostávamos muito de pescar no ribeirão dos Monos e caçar rã no córrego, que corta a cidade de Recreio(MG), passando por debaixo de casas e ruas.
Certa vez, mais ou menos, às 10 horas da noite, nós estávamos pescando traíra na propriedade do Flávio e de repente, caiu um toró daqueles, com raios e trovões. Como loucos, saímos correndo, mas tinha uma vala no meio caminho, já se enchendo d'água morro-a-baixo. Meu amigo conseguiu atravessá-la, no entanto eu fiquei estagnado nela, pedi socorro, ele me deu a mão e assim saí do sufoco, foi por pouco.
Na verdade, o nosso hobby principal era caçar rã, valia a pena, porque o sabor da carne é muito especial. O momento propício para a caça era durante a noite, e, para nos proteger melhor, usávamos uma blusa de manga comprida, uma calça longa e uma meia grossa embebida num caldo forte contendo alho e cebola para espantar cobras. Além de tudo isso, usávamos uma lanterna e uma fisga para espetar a rã. Como se não bastasse, tínhamos que saber distinguir a rã do sapo, não era muito difícil, porque a rã é maior, mais carnuda e a sua pele mais clara.
Naquela época ainda não tinha ranários como hoje, uma prova de que o sabor da rã é muito apreciado, e, por isso mesmo, tínhamos que caçá-la a todo custo.
Já ia me esquecendo, para efetuar esta caçada era preciso iluminar a presa com a lanterna e fisgá-la na margem do córrego, onde ela gosta de ficar, no entanto, algumas vezes, a gente acabava se atolando e, consequentemente, caindo n'água, virando assim uma diversão.
Pois é, eu me lembro como se fosse hoje. Certa feita, eu e o meu parceiro, estávamos no ribeirão do matadouro, dava pra ver o cemitério à nossa direita, e, das catacumbas pareciam sair fagulhas em direção ao céu, mas nós não ficávamos assustados, pois sabíamos que se tratava do fogo-fátuo, ou seja, chamas azuis que saem da matéria orgânica em putrefação, entrando em combustão com o oxigênio, e que nos pântanos, também, ocorre o mesmo fenômeno.
E assim, tudo corria tranquilamente, o meu amigo na frente e eu atrás à procura de rãs, e, já estávamos com muitas no embornal, quando aconteceu o imprevisto.
Silenciosamente, continuamos avançando, todavia, de súbito, o Theotônio com os olhos arregalados, virou pra mim, e gritou, Corra, corra, tem uma luz vindo em nossa direção, rente à água!!!. Confesso que fiquei tão apavorado, que me pareceu vê-la, também, e, deste modo, saímos correndo desesperadamente, subindo até o pontilhão do trem, e ganhando a Avenida São Joaquim.
Pois é, daí pra frente, não me lembro de mais nada, só sei que estou aqui contando o que vi, pra vocês, meus caros leitores.
NOTA: Dedico esta história ao meu saudoso amigo, Theotônio Ribeiro Werneck.
FOTO: Ribeirão dos Monos, extraída do site da Prefeitura Municipal de Recreio, MG.
Anibal Werneck de Freitas, em 26.08.2021

segunda-feira, 23 de agosto de 2021

DE COMO ESTE CASO, NO SÉCULO XIX, DEIXOU MUITA GENTE REVOLTADA, FAZENDO JUSTIÇA COM AS PRÓPRIAS MÃOS, NA COMUNIDADE DE CONCEIÇÃO DA BOA VISTA.

Joana, moça de 16 anos, muito bonita, filha de, Antônio Gustavo Pereira, homem correto e trabalhador, que tinha além dela, a esposa Clotilde e mais dois filhos, Pedro e Sebastião.
Todos os domingos ele levava a família para assistir a missa na matriz. Isto foi por volta de 1863, quando Conceição pertencia ainda à cidade de Mar de Espanha.
Joana estudava, na casa da professora, Dona Inez de Castro, de segunda à sexta-feira, com muito afinco, não perdia uma aula sequer. Por volta das 8 horas, ela saía de casa, pontualmente, para estudar. A sua professora morava muito perto, num trajeto de apenas 15 minutos.
Acontece que durante a sua caminhada, ela começou a chamar a atenção de Francisco, um homem solteiro de 46 anos, que, da sua janela a observava, demoradamente. Tanto assim que, um dia, ele a abordou e começou a puxar conversa. A princípio, ela disfarçava, todavia, Francisco não a deixava em paz, sua abordagem era constante, até que um dia ele começou a conversar com ela.
A beleza de Joana chamava a atenção de todo mundo, e a sua simpatia, mais ainda.
Por fim, Francisco começou a oferecer presentes a ela, e, na sua inocência, aceitava as oferendas e, isso foi o seu grande erro, além de não contar pro pai o que estava acontecendo.
Sendo assim, a vizinhança começou a notar essa situação, mas ninguém tinha coragem de meter o bedelho na vida dos outros.
Pois é, o tempo foi passando e, um dia, Joana foi estudar e não voltou pra casa. Deste modo, Seu Antônio ficou na janela, esperando por ela, e nada da Joana aparecer. Já bastante nervoso, deixou os filhos com a mulher, e foi até a casa de Dona Inez, e perguntou à professora, Minha filha ainda está estudando?. Não, ela já saiu daqui, e faz um bom tempo!. Nesse exato momento, o sino da igreja deu 12 badaladas. Minutos depois, o corpo de Joana foi encontrado num matagal, com marcas de estupro e muita violência.
O povo revoltado com a funesta notícia foi até a casa do Francisco, e ele foi arrastado pra rua, e linchado. O lugarejo era pequeno e, por isso mesmo, nada passava incólume.
Pois bem, pra terminar esta triste história, tem gente, que até hoje, diz que já viu uma moça muito linda, toda de branco, andando e chorando, por entre as catacumbas do cemitério de Conceição da Boa Vista, justamente ao meio-dia.
Acredite e quiser!

Anibal Werneck de Freitas, em 23.08.2021



sábado, 7 de agosto de 2021

DE COMO A TROMBA D’ÁGUA DE 1948 ASSUSTOU MUITA GENTE EM RECREIO, MG, NAQUELA OCASIÃO.



Esta história começa com a minha mãe, Wanda, me contando assim: "De manhãzinha minha mãe, Luíza, me acordou: “Wanda, está muito escuro e vem uma tromba d’água”. “Aí, eu me levantei rápido, chamei o Antônio, peguei o Anibal, de seis meses, saímos da casa, e, na rua começou aquele movimento, e assim nós fomos pra Dona Eliza Pessamiglio, ela morava na parte alta da cidade, mas daí a pouco, veio um rapaz gritando pela rua, dizendo que a água já estava no bairro do Botafogo, e deste modo, vimos uma moça da Avenida Santa Izabel, que era noiva, subir o morro, carregando o enxoval dela, enquanto isso, momentos depois, apareceu um outro moço falando que era mentira, não tinha nenhuma enchente no Botafogo, a água tinha ido para Pirapetinga, sendo assim, perguntei ao Antônio, se ele tinha fechado as portas da casa, e ele me respondeu que não, o susto foi muito grande, mas tudo terminou bem”. Pois é, a tromba d'água de 1948, conhecida pelos recreienses, como de Abaíba, na verdade caiu em Providência(MG), na noite de 14 para 15 de dezembro de 48, com as águas indo em direção ao arraial de São Pedro de Alcântara, banhado pelo rio Pirapetinga. Os mais antigos contam, que quando o rio começou a subir sem parar, o céu estava completamente azul e, por isso, as pessoas do lugarejo foram completamente surpreendidas, ou seja, das 400 almas, mais de 100 perderam a vida. Pois é, segundo a minha mãe, as pessoas ficaram com medo da terrível enchente ir pra Recreio e isto acabou traumatizando muitos recreienses. Tanto assim que, naquela época, quando armava um temporal, todo mundo corria pro alto dos morros. Na minha infância, por exemplo, eu me lembro da saudosa Dona Íris, nervosa, saindo do Cartório, e no meio da rua, policiando as nuvens escuras, dizendo: "Meu Deus, tomara que esta chuva não seja como a de Abaíba!

NOTA: Os dizeres iniciais da minha mãe estão gravados com a sua própria voz, mostrando assim a realidade do fato, ou seja, o que realmente aconteceu naqueles fatídicos dias de 14 para 15 de dezembro de 1948.

Anibal Werneck de Freitas, em 07/08/2021.

VENTO SUAVE (Lenira, Armando e Anibal)