Olorum se
quedou no alto deixando seus filhos sofrerem no tronco ao som da chibata do
feitor, por outro lado estes nunca lhe fizeram um culto pelo fato de não o
alcançarem na sua magnitude e há quem diga, O negro africano não acredita num
Deus delineado pelos cristãos, para ele é algo que nem exista e se existe não
faz parte deste mundo, porque o mundo dos homens e dos Orixás é um só, único,
nele não existe o sobrenatural, tanto assim que as forças da Natureza são a
realidade deles.
Exu, este
sim, exige do homem uma apresentação para entrar no convívio espiritual das
coisas, daí as oferendas que além dele, são cobradas pelos demais Orixás.
Bate na
alma humana a força centrífuga destes seres que não são deuses, mas poderosos
dentro de cada um de nós, porque tudo funciona no mundo interno de cada ser
vivo, o negro junto à cachoeira da propriedade do seu senhor, lavando os
utensílios domésticos que não eram seus, se sentia confortado com a presença da
mãe Oxum a lhe sorrir o tempo todo aliviando assim uma pouco a sua carga de
cativo.
Nenhum
Orixá, de modo geral, instigou este infelizes homens a se revoltar fisicamente
contra os seus algozes, mas também nunca os proibiu de adquirir tal reação,
Zumbi foi um grande exemplo, desta forma vemos que no cômputo geral da nossa
História, que o negro continua submisso, no entanto, os terreiros estão
aumentando em número pelo país afora, claro que ainda sofre muita
discriminação.
Pindorama
é o nome desta terra cheia de igrejas nos morros e agora, de templos
evangélicos, mostrando apenas a casca de um fruto que na essência tem mais a
ver com a força dos Orixás que vieram nos porões dos tumbeiros, os quintais dos
pais João ou das mães Joana estão cheios desta gente que vive na casca, esta é
a nossa realidade.
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