sexta-feira, 23 de novembro de 2012

CURUPIRA



Curupira está sempre a nos enganar com os seus pés voltados para trás, o índio Pena Branca foi surpreendido por ele, estava caçando uma paca que tinha filhotes, neste caso Curupira se torna feroz e com o seu som estridente é capaz de atordoar qualquer um, pode levar a vítima à loucura se ela não sair correndo pra bem longe dele.
O Curupira é parecido com o ser humano anão e tem os cabelos vermelhos alaranjados, como já disse acima, seus pés são voltados para trás para confundir os caçadores ou os viajantes fazendo-os irem em direção contrária no caso de uma perseguição.
Os índios conhecem muito bem o Curupira e procuram evitá-lo, segundo a lenda, ele é uma entidade demoníaca e vive só na mata, não é portanto uma boa companhia.
Quando eu percebi sua presença, corri como um louco e ainda ouvi o seu som estridente, mas eu já estava longe, pena que eu perdi a minha caça que também se assustou, Pena Branca comentou comigo minutos depois ainda bastante agitado com o seu arco porque perdeu a flecha na correria, Porque você não volta lá pra pegar a sua flecha, Pena Branca tem muito medo do Curupira, Respondeu-me prontamente o silvícola e eu continuei, Pelas pegadas dele você terá uma ideia de que ele foi embora, Curupira não vai embora assim, gosta de pegar a gente de surpresa, quando você pensa que ele está longe, na verdade está perto e aí ele solta o seu som alucinante e eu não quero ser como o Lua Branca, ficou completamente doido, anda aí na aldeia falando coisa com coisa, o Pajé já fez de tudo, o Lua Branca foi pego pelo Curupira que o agarrou obrigando-o a ouvir o seu som demoníaco e enquanto ele não se enlouqueceu o Curupira não o soltou, como vocês civilizados dizem, o Lua Branca agora vive no mundo da Lua, Dizendo isso, Pena Branca foi para sua oca, porque o dia foi realmente pesado pra ele e eu fiquei mirando a Lua, sentado num banquinho de madeira em forma de tatu porque já anoitecia e a noite na aldeia é um silêncio sepulcral, os índios têm medo de encontrar com alguma alma dos seus antepassados no decorrer da noite, deste modo, fiquei pensando com os meus botões, como é fascinante esta terra de Pindorama, posso estar pirando, mas o que vi hoje  se eu contar ninguém vai acreditar em mim.
Anibal de Freitas.

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