quinta-feira, 20 de abril de 2023

Os Vampiros do Monte Olimpo

 

Olá, minha gente, os vampiros sempre existiram na história da humanidade, na mitologia grega, os semideuses Hércules e Prometeu pagaram caro por ter enfrentado os famosos vampiros do Monte Olimpo. Sendo assim, vamos nesta!


01) Prometeu odiava os deuses do Olimpo, que ao meu ver eram tremendos vampiros.

02) Tanto assim, que a virtude era uma coisa rara entre estes vampiros divinos.

03) E para piorar mais, viviam afetando os homens com os seus poderes.

04) Porque estes vampiros tratavam os seres humanos como inferiores.

05) Até Hércules que era um semideus sofreu nas mãos deles e acabou perdendo a própria vida, porque ele era mortal.

06) Certa vez o ator Mário Lago foi a um recital.

07) O músico foi tão perfeito na sua apresentação,

08) que ele foi obrigado a deixar no camarim do artista um bilhete que dizia,

09) Meu amigo, você foi perfeito demais, da próxima vez, erra uma nota musical,

10) porque os deuses são vampiros de gente como você.

11) Mário Lago tinha razão, os deuses são vampiros invejosos.

12) Não aceitam de forma alguma a perfeição nos homens,

13) porque só eles são perfeitos. 
14) Então, voltando ao Prometeu, e,

15) pelo fato dele ter passado pros homens, a sabedoria dos vampiros do Olimpo,

16) foi amarrado no alto de uma montanha para ter o fígado dilacerado todos os dias pelos abutres,

17)  porque durante a noite seu fígado se refazia, pra começar o suplício de novo.

18) Como você pode ver, além de cruéis, estes vampiros do Olimpo eram verdadeiros covardes.

MINHAS GERAIS [De Vampiro] VAMPIRO ESPAÇOSO

 



a)    Dias atrás, caí nas garras de um vampiro diferente, e não foi a primeira vez que ele agiu assim comigo.

b)    No entanto só agora é que caiu a ficha. Tudo começou quando eu lhe convidei para um churrasco.

c)     A pergunta dele foi a seguinte: Tudo bem, mas eu não tenho grana, você paga a despesa? 

d)    Caí na besteira de falar que sim, e foi aí que eu errei feio.

e)    Pois bem, fomos até ao supermercado comprar os ingredientes, e o vampiro, sem a menor cerimônia, começou a me vampirar.

f)      De cara, este vampiro pegou de uma vez três fardos da melhor cerveja.

g)     Em seguida, um quilo e meio de alcatra, seguida de um quilo de linguiça, e de um pacote grande de asas de frango, e, pra fechar a conta, uma garrafa de vinho, ficando tudo em R$ 108,62, tudo isso, a três anos atrás, sem a menor cerimônia.

h)    Achei que pra duas pessoas seria muito, não gostei, e pensei comigo: Este é o vampiro que mete a mão no seu cartão, na verdade, nem quer saber se você tem o dinheiro ou não.

i)      Repito, não me senti bem vendo ele comprar à vontade, como se o dinheiro fosse dele. 

j)      Acontece que este tipo de vampiro é assim mesmo, totalmente espaçoso, você abre a mão e eles vão além dela.

k)    para conhecer este vampiro é só você abrir a porta da sua casa. Um conselho, ele entra e toma conta do seu espaço, é o chamado de Vampiro Espaçoso.

 

AWF, 20.04.2023

domingo, 16 de abril de 2023

DE COMO UM FANTASMA DE MULHER VESTIDA DE BRANCO, CHORANDO NO CHAFARIZ, DA PEQUENA PEDRA DO OURO, ASSUSTOU TODO MUNDO, FOMENTANDO, TAMBÉM, O TURISMO, E TRAZENDO DINHEIRO PARA O LUGAR. [CONTO QUE TE CONTO]


Pedra do Ouro era um lugarejo, muito antigo, com cerca de 360 almas, encravado nas montanhas de ferro, no centro das Minas Gerais, vivendo somente do turismo, datando-se do século XVIII, na época da corrida do ouro.

No entanto, o que atraía mesmo os turistas não era praticamente a sua origem gloriosa, mas sim, a lenda da moça que aparecia de madrugada, chorando, sentada na mureta do chafariz, localizado numa pracinha, rodeada de casas.
Até hoje, o chafariz ainda é muito comum nas cidades históricas mineiras, originalmente eles serviam como fonte de abastecimento da população das cidades, mas acabaram se transformando em obras de arte, como o Chafariz Marília de Dirceu, em Ouro Preto.
Os chafarizes sempre foram um marco importante para o turismo, porque eles nos passam a curiosidade de saber como os antigos os utilizavam, e há quem diga que muitos lavavam o rosto, as mãos e até os pés, todavia, isso é uma outra história.
Então, como já mencionei acima, o caso da moça chorando era a principal atração de Pedra do Ouro.
Realmente alguns visitantes diziam ter visto uma moça, com um vestido longo e branco, chorando muito, já outros, ter ouvido apenas o choro, e os demais, nem uma coisa e nem outra.
O povo da vila já estava calejado com esta situação fantasmagórica, até porque, trazia muitos dividendos, através dos turistas.
Todavia, uma preocupação mais forte que o dinheiro, perturbava as pessoas de Pedra do Ouro, porque não fazia sentido viver da desgraça de outrem, mesmo se tratando de uma alma penada.
Desta feita, num dia de muito sol e céu azul, apareceu um homem na localidade, procurando uma pousada para passar uma temporada.
Seu nome era Amílcar, e pretendia escrever mais um livro, sobre histórias do outro mundo, e, como todo escritor, precisava de um lugar tranquilo pra escrever.
Desta forma, se inteirou rapidamente, com a gente do lugar, e com isto, se interessou em pesquisar o fenômeno já famoso, de Pedro do Ouro.
Pra iniciar o seu trabalho, Amílcar entrevistou pessoas que ouviram e viram a moça chorando, e assim, foi tirando as suas conclusões.
Numa madrugada de Lua cheia, Amílcar acordou com um choro feminino, correu logo pra janela, e viu uma mulher toda de branco, no chafariz.
Como estava no segundo andar, desceu apressadamente a escada, mas quando ganhou a rua, não havia mais nada.
Decepcionado, voltou pra cama, e quando acordou, o Sol já ia alto.
Um pouco atordoado com o que viu, Amílcar pediu um café bem forte, e, após comer um pão com manteiga, foi direto pra rua, onde ouviu algumas pessoas meio assustadas dizendo: Você ouviu a mulher chorando? Não, não ouvi, mas vi uma mulher de branco no chafariz!
Aproveitando o momento, o escritor começou então a entrevistar todo mundo, com o seu celular.
O povo de Pedra do Ouro já estava acostumado com este alvoroço matutino.
Por sua vez, Amílcar resolveu escrever o seu livro, sobre o que estava vivenciando.
Mediante a tudo isso que estava acontecendo, Amílcar teve a ideia de procurar o sacerdote local, para ouvir a opinião do Ministro de Deus, sobre o caso da aparição.
Padre Boanerges, meio desconfiado, o recebeu educadamente, pronto para responder, dentro das suas possibilidades.
Depois do convite para um cafezinho na casa paroquial, ambos começaram a conversar: Padre, o senhor acredita nesta história da moça do chafariz? Claro que não, meu filho, até porque a Igreja não aceita estas crendices de almas do outro mundo. Mas, padre, eu ouvi o choro, e vi a mulher no chafariz! Meu amigo, você está muito sugestionado pelo caso, e além do mais, você tem a imaginação fértil, porque é um escritor, veja bem, eu moro neste lugar a muito tempo, e até hoje nunca ouvi o tal choro e, muito menos, vi a moça!
A conversa com o sacerdote não durou muito, e Amílcar voltou pro seu quarto, na pensão, com a nítida sensação de que tinha perdido o seu tempo.
Mentira ou não, o escritor continuou a averiguar o caso da moça.
Acontece que depois deste dia, a donzela não chorou e nem apareceu mais, e, depois de vinte dias, as pessoas já não queriam ficar mais em Pedra do Ouro, vocês sabem, gente é assim, tem medo, mas se sente bem com ele, principalmente quando se trata de assombrações, e esta era das boas.
Amílcar também se sentiu desmotivado, e resolveu passar mais uma noite no arraial.
Mas as coisas não pararam por aí. Lá pelas tantas da madrugada, Amílcar acordou com passos subindo a escada em direção à porta do seu quarto, acompanhados de uma luz muito forte, que surgiu por debaixo da porta, clareando todo o recinto, antecedendo assim, a uma voz cavernosa de mulher: Amílcar, você mexeu com o que não devia, agora aguente as consequências!
Dizendo isso, a coisa tinhosa desapareceu com a luminosidade, e uma escuridão tenebrosa tomou o seu lugar.
Há quem diga que depois dessa noite, Amílcar nunca teve mais sossego, não só ele, mas todos os que visitaram Pedra do Ouro, bem como as pessoas do lugar, inclusive o Padre Boanerges.
Então, mais pra frente, fiquei sabendo, também, que toda pessoa que conhecia esta história macabra, passou a receber visitas desta funesta a partir das 3hs. da madrugada.
Não querendo ‘assumbrá vosmicês’, como diz a matuto mineiro, por incrível que pareça, tem noite que eu acordo de repente, e vejo o meu quarto escuro, com a presença de uma mulher sinistra nos pés da minha cama, olhando pra mim, e desaparecendo imediatamente, pode acreditar!

NOTA: Infelizmente, o mundo é assim, muita gente é vítima, sem ter feito nada de ruim contra o algoz, é a maldade pura em ação, regada de ódio, adubada pelo esterco de gente infeliz.

Anibal Werneck de Freitas, em 16.04.2023

quarta-feira, 12 de abril de 2023

CONTO QUE TE CONTO [DE COMO UM HOMEM ESTRANHO CHAMADO GUMERCINDO ASSUSTOU A VILA INTEIRA DE BOA VISTA, NO FINAL DO SÉCULO XX.]

 


No povoado de Boa Vista, conhecido como um lugar cheio de mistérios e assombrações, são inúmeros os casos fantasmagóricos contados pelos mais velhos, como este ocorrido no final do século XX, precisamente em 1992, começando assim. Naquela época, havia um homem bastante esquisito, que tinha a mania de abordar as pessoas na estrada de chão, que dava pra comunidade de Taquara, e, isto ocorria sempre de noite, porque do nada, ele se aproximava das pessoas pra oferecer um cafezinho na casa dele, que ficava escondida atrás duma capoeira.
Todas as vezes ele se identificava como Gumercindo, assustando assim muita gente, e ninguém ousava ir até a casa dele.
Outra coisa que intrigava as pessoas, era o fato deste indivíduo nunca ter sido visto durante o dia, ninguém sabia nada sobre ele.
Conta Raymundo, que certa noite estava no local, onde ele aparecia, com muito medo, esperando a camionete do Seu Altamiro pra voltar pra casa.
Deste modo, ficou mais ainda, quando viu um vulto saindo da escuridão, vindo em sua direção, e já lhe perguntando, Amigo, você está perdido?
Desconfiado, Raymundo respondeu que não, apenas aguardava uma camionete pra voltar pra sua residência.
Olhando firme pra ele, o desconhecido continuou, Você não quer tomar um cafezinho na minha casa? Raymundo disse que não, alegando que poderia perder a sua condução, e que outra hora aceitaria o convite. Sem mais palavras, o misterioso homem entrou no mato, e sumiu.
No dia seguinte, Raymundo contou a história pros seus amigos, e, aproveitando a situação, os convidou pra fazer uma visitinha ao enigmático Gumercindo, com a intensão de elucidar de vez, este incômodo. E assim, já bem noitinha, rumaram em direção à casa do dito cujo.
Chegando no local em que o estranho indivíduo aparecia, entraram na capoeira, usando tochas e facões pra iluminar e desimpedir o caminho.
Minutos depois, com muito custo, chegaram a um
descampado. Não tinha nenhuma casa, apenas um muro ao longe. Sem perda de tempo, correram em direção a ele, e acabaram se deparando com um túmulo bastante deteriorado pelo tempo, com uma inscrição na lápide, GUMERCINDO SOARES MENDONÇA (1908 – 1980).
Não deu outra, assustados, saíram correndo de volta ao lugarejo, com a nítida certeza de que o Gumercindo era uma alma penada, tanto assim que, no dia seguinte, uma missa foi rezada em sua intenção, e o seu túmulo foi completamente restaurado.
A partir daí, Gumercindo nunca mais apareceu para assombrar ninguém.

Anibal Werneck de Freitas, JF, em 12.04.2023

terça-feira, 11 de abril de 2023

CONTO QUE TE CONTO [DE COMO UM HOMEM ESTRANHO CHAMADO GUMERCINDO ASSUSTOU A VILA INTEIRA DE BOA VISTA, NO FINAL DO SÉCULO XIX.]



1.   No povoado de Boa Vista, conhecido como um lugar cheio de mistérios e assombrações, são inúmeros os casos fantasmagóricos contados pelos mais velhos, como este caso ocorrido no final do século XIX,

precisamente em 1892.

 

2.   Pois bem, tudo começou assim. Naquela época, havia um homem bastante esquisito, que tinha a mania de abordar as pessoas na estrada de chão, que dava pra comunidade de Taquara, e, isto ocorria sempre de noite, porque do nada, ele aproximava da pessoa pra oferecer um cafezinho na casa dele, que ficava escondida atrás duma capoeira. Todas as vezes se identificava como Gumercindo, assustando assim muita gente, e ninguém ousava ir até a casa dele.

3.   Outra coisa que intrigava as pessoas, era o fato deste indivíduo nunca ter sido visto durante o dia, ninguém sabia nada sobre ele

4.   Conta Raymundo, que certa noite estava no local onde ele aparecia, esperando a camionete do Seu Altamiro pra voltar pra casa, e estava com muito medo.

 5.   Deste modo, ficou mais ainda, quando viu um vulto saindo da escuridão, vindo em sua direção, e já lhe perguntando, Amigo, você está perdido? Desconfiado, Raymundo respondeu que não, apenas aguardava uma camionete pra voltar pra sua residência.

6.    Olhando firme pra ele, o desconhecido continuou: Você não quer tomar um cafezinho na minha casa? Raymundo disse que não, alegando que poderia perder a sua condução, e que outra hora aceitaria o convite. Desta maneira, o assustador ser entrou no mato, e sumiu.

 7.   No dia seguinte, Raymundo contou a história pros seus amigos, e os convidou pra fazer uma visitinha ao enigmático Gumercindo, com a intensão de elucidar o enigma, e assim, já bem noitinha, rumaram em direção à casa do dito cujo.

 8.   Chegando ao local em que o estranho indivíduo aparecia, entraram na capoeira, usando tochas pra iluminar o caminho, usando facões pra desimpedir a passagem, que estava muito escura. Horas depois, com muito custo, eles conseguiram chegar a um descampado.

 9.   Todavia, sem nenhuma casa, embora, ao longe, algo parecido com um muro, parecia ocultar alguma coisa. Sem perda de tempo, correram em direção a ele. Desta forma, se depararam com um túmulo bastante deteriorado pelo tempo, com uma inscrição na lápide, GUMERCINDO SOARES MENDONÇA (1808 – 1880).

 10.                     Pois é, muito assustados, saíram correndo de volta ao lugarejo, com a nítida certeza de que o Gumercindo era uma alma penada, tanto assim que, no dia seguinte, uma missa foi rezada em intenção do finado, que nunca mais apareceu pra assombrar ninguém, e, a partir desse dia, sua sepultura foi restaurada, e se transformou num famoso ponto turístico, trazendo dinheiro pra vila Boa Vista, que hoje é uma cidade próspera.

 Anibal Werneck de Freitas, JF, em 11.04.2023


 

VENTO SUAVE (Lenira, Armando e Anibal)