sexta-feira, 23 de novembro de 2012

ORQUESTRA DAS GERAIS [Ribeiro Bastos]





tenho dois lps da orquestra ribeiro bastos de são joão del-rei, não me canso de ouvi-los, até porque tive uma formação musical de ordem religiosa no seminário onde estudava para ser padre, como você consegue curtir música sacra sendo ateu?, você pode me perguntar com toda razão, mas aí é que está o x do problema, eu curto apenas a arte da música sacra e ao mesmo tempo respeito as pessoas que acreditam no deus louvado constantemente nas letras em latim, aliás, esta língua da antiga roma complementa de forma magistral o estilo sacro da obra.
minas gerais é praticamente o berço principal desta música barroca no brasil, uma pena, muitas partituras se perderam no decorrer do tempo, desde meados do século dezesseis até o final do dezenove, uma enorme quantidade de músicas sacras foram escritas com uma qualidade à altura das escritas na europa, lá, os europeus sempre tiveram o cuidado de preservar sua arte, o que realmente não aconteceu no brasil, principalmente em minas gerais, muitas partituras viraram papel para embrulhar mercadorias, um absurdo!, se, pelo menos, no século dezoito, tivéssemos uma imprensa, acredito que muita coisa se salvaria, quando ela [a imprensa] chegou nos navios do d. joão vi, já era tarde, e depois, o interesse do governo era outro, divulgar apenas as ordens do rei, deste modo nossa música continuou se perdendo no dia a dia do reino unido brasil portugal, nem dom pedro i, que era músico e compositor, teve a ideia de resgatar a nossa música barroca, a domitila não lhe dava tempo, assim eu presumo, se tal preocupação lhe passasse pela cabeça, acredito que muita coisa seria salva e todo mundo sairia ganhando com isso.

anibal werneck de freitas.

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