sábado, 28 de junho de 2014

TUPÃ


tupã

um índio acenando pra mim e mostrando as nuvens negras no céu, uma tempestade está vindo do mar, vou em sua direção, sua voz sai embargada, tupã, tupã, continua apontando freneticamente para as nuvens, enquanto trovões se espalham pelo firmamento, vamos sair daqui, grito com ele. 
na choupana, outros índios assustados balbuciavam, nhanderuvuçu, nhanderuvuçu, nhanderuvuçu, tupã, tupã, pareciam rezar a um todo poderoso, entendi que o tupã ou o trovão era o mensageiro de uma força maior, o relâmpago,  tupãberaba, a luz dum ente supremo que morava no sol. agora percebo isso e vejo que a igreja força a barra dizendo que tupã é o mesmo deus cristão, uma forma  inteligente de levar os gentios a se converterem, como tupã é um nome mais fácil, deste modo, ficou no lugar do verdadeiro deus indígena, ou seja, nhanderuvuçu.
é o dominador sobre o dominado, a ideia do índio sobre um ser todo poderoso não é a mesma do nosso deus cristão, isto que estamos fazendo é forçar a barra, o deus do índio está na natureza, para o índio não existem dois mundos, um material e outro espiritual, existe um só, quando morre um membro da tribo, sua alma vai para o céu, mas antes tem que passar pelos pássaros que podem impedir sua passagem, como você pode ver, é uma religião naturalista, portanto, nada a ver com o cristianismo, é preciso mostrar a realidade, mesmo ela sendo amarga, a verdade deve ser mostrada, nunca é tarde, enganar as pessoas não é correto e nem cristão, ainda mais com o objetivo de anular a crença do próximo, em proveito da sua, depois, eles, os bugres, é que são os bárbaros.

tucanlino.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

VENTO SUAVE (Lenira, Armando e Anibal)