sempre me lembro da igreja vestida de roxo, da tristeza fria no templo, do calor do sol lá fora, das pessoas entrando, rezando e saindo num silêncio sepulcral, dos mais velhos falando da quaresma, de jesus enfrentando o diabo no deserto, do mundo à mercê das forças do mal, da mula sem cabeça e do lobisomem soltos na noite assombrando a criançada, dos adultos explorando tal situação pra impor respeito, do são josé com o menino deus no colo, da nossa senhora e de todos os santos cobertos de roxo, do mundo que parecia ter parado na minha pequena recreio, dos sinos que não se manifestavam, do padre cuidando só do inadiável, dos 40 dias tristes e ameaçadores que custavam passar, sempre me lembro da igreja vestida de roxo e da vitória de cristo sobre o demônio.
anibal werneck, 11.03.2021
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