segunda-feira, 1 de março de 2021

a máquina de fazer espanhóis (valter hugo mãe)




em 2011, eu comprei o livro, 'a máquina de fazer espanhóis', do escritor angolano, naturalizado português, valter hugo mãe, e deste modo, vi a sua ousadia de escrever só com as letras minúsculas, e gostei muito. 
confesso que na minha juventude, conheci uma pessoa, cujo nome não me lembro, que era assim, só escrevia com a letra minúscula. afinal, como diz o próprio valter hugo mãe: ninguém pra falar usa a letra maiúscula, deste modo a gente tem que desenvolver um texto da maneira como falamos, o importante é o entendimento. 
pois bem, o livro que adquiri na livraria, 'a máquina de fazer espanhóis', é uma crítica dura à situação portuguesa frente à europeização. no seu livro, valter hugo mãe, fala da velhice de forma pesada, desgastada mesmo, que só tende a piorar, e portugal é este velho, um país que se declinou devido a uma puta ditadura do infame salazar, que deixou o povo português num complexo de inferioridade. 
quem diria, um país que foi o sonho de padre antônio vieira, pois acreditava que seria o 'v império do mundo'. 
portanto, resolvi escrever só com as minúsculas, afirmo que a muito tempo venho acalentando o sonho de escrever assim, nunca tive coragem para tal, mas depois da audácia do valter hugo mãe, tomei coragem, até porque não tenho nada a perder, não sou famoso, não tenho compromisso com nenhum leitor, escrevo por que gosto, o mais importante é transmitir alguma coisa e, pra quem sabe ler, um pingo é letra.

nota: tenho também outra razão para escrever só com as letras minúsculas, trata-se de que enquanto você coloca a letra alta, perde a fluidez do seu raciocínio.

anibal werneck, jf. 01.03.2021

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