Os povos pré-letrados não foram motivados pela fé e sim pela necessidade de sobrevivência. Todavia, em algumas descobertas, arqueólogos encontraram pilares de 7 toneladas, chegando a 5 metros de altura, num sítio no sudeste da Turquia chamado Gobekli Tepi, nos passando a ideia de que os homens antes de terem suas casas, erigiram monolitos evocando os bons espíritos por uma proteção face à luta por dias melhores. Isto sem levar em conta os vilarejos que cresceram à volta de templos sagrados, onde se desenvolveram as técnicas do plantio do trigo e a domesticação dos animais.
Pois bem, em se tratando dos animais cativos,
a princípio o sapiens teve problemas em relação aos adultos, difíceis de serem
domados, passando então a lidar com os mais jovens, através de fêmeas férteis.
O cordeiro e o cabrito foram os primeiros da fila, seguidos pelo boi e o
cavalo. Quanto ao cachorro, este se aproximou da aldeia do homem a procura de
comida e, consequentemente, passou a ser um vigia eficaz contra qualquer
aproximação do inimigo.
Tirando o cão que hoje virou até bibelô de
madame, os demais animais passaram a sofrer terrivelmente nas mãos humanas. O
gato, por sua vez, teve mais sorte, e, devido à sua elasticidade física, sem
fazer barulho, dando a impressão de aparecer e sumir ao mesmo tempo, acabou se transformando
numa entidade divina para os egípcios, ganhando assim toda a proteção possível.
Posso estar enganado, mas eu não sei pra que serve o gato, você pode observar,
quando o seu dono muda de casa, ele não vai atrás, por outro lado, é incapaz de
abanar o rabo, mostrando satisfação, e, quando está roçando a nossa perna, ele
está simplesmente nos sondando. Se está chovendo, ele simplesmente fica na
janela com o vidro abaixado, vendo o cachorro todo enlameado, recebendo o dono,
com a maior euforia. Perdoe-me se você gosta de gato, mas é assim que o vejo, espero
que seja ignorância minha.
Devo acrescentar que esta procura do Homo Sapiens pelo Sagrado começou assim que ele tomou consciência de que existia. Por mais que a tecnologia avança, nunca deixaremos a ideia de que exista algo além desta vida. Podemos inventar robôs perfeitos, capazes até de se reproduzirem e de si conscientizarem da sua existência, mas que jamais chegarão a serem como nós, porque a eles faltarão o que chamamos de Sentimentos da Alma.
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