sexta-feira, 29 de outubro de 2021

HISTÓRIA – 16 [O Gato, Divindade Egípcia]

 



Os povos pré-letrados não foram motivados pela fé e sim pela necessidade de sobrevivência. Todavia, em algumas descobertas, arqueólogos encontraram pilares de 7 toneladas, chegando a 5 metros de altura, num sítio no sudeste da Turquia chamado Gobekli Tepi, nos passando a ideia de que os homens antes de terem suas casas, erigiram monolitos evocando os bons espíritos por uma proteção face à luta por dias melhores. Isto sem levar em conta os vilarejos que cresceram à volta de templos sagrados, onde se desenvolveram as técnicas do plantio do trigo e a domesticação dos animais.

Pois bem, em se tratando dos animais cativos, a princípio o sapiens teve problemas em relação aos adultos, difíceis de serem domados, passando então a lidar com os mais jovens, através de fêmeas férteis. O cordeiro e o cabrito foram os primeiros da fila, seguidos pelo boi e o cavalo. Quanto ao cachorro, este se aproximou da aldeia do homem a procura de comida e, consequentemente, passou a ser um vigia eficaz contra qualquer aproximação do inimigo.

Tirando o cão que hoje virou até bibelô de madame, os demais animais passaram a sofrer terrivelmente nas mãos humanas. O gato, por sua vez, teve mais sorte, e, devido à sua elasticidade física, sem fazer barulho, dando a impressão de aparecer e sumir ao mesmo tempo, acabou se transformando numa entidade divina para os egípcios, ganhando assim toda a proteção possível. Posso estar enganado, mas eu não sei pra que serve o gato, você pode observar, quando o seu dono muda de casa, ele não vai atrás, por outro lado, é incapaz de abanar o rabo, mostrando satisfação, e, quando está roçando a nossa perna, ele está simplesmente nos sondando. Se está chovendo, ele simplesmente fica na janela com o vidro abaixado, vendo o cachorro todo enlameado, recebendo o dono, com a maior euforia. Perdoe-me se você gosta de gato, mas é assim que o vejo, espero que seja ignorância minha.

Devo acrescentar que esta procura do Homo Sapiens pelo Sagrado começou assim que ele tomou consciência de que existia. Por mais que a tecnologia avança, nunca deixaremos a ideia de que exista algo além desta vida. Podemos inventar robôs perfeitos, capazes até de se reproduzirem e de si conscientizarem da sua existência, mas que jamais chegarão a serem como nós, porque a eles faltarão o que chamamos de Sentimentos da Alma. 

 Anibal Werneck de Freitas, é Professor de História, aposentado.

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