domingo, 21 de fevereiro de 2021

seu aristides dorigo 1920-2010 - homenagem póstuma



em recreio-mg., no dia 19.02.2010, o saudoso seu dorigo e sua esposa dona edir (in memoriam), me receberam em sua casa, para uma entrevista pro fanzine 'mar de morros'. já no início, ele frisou que iria fazer 66 anos de casado.

seu dorigo, como gostava de ser chamado, aos 14 anos de idade, começou o aprendizado do código morse, na estação ferroviária de patrocínio do muriaé-mg., sua terra natal, sendo admitido como auxiliar da estrada de ferro leopoldina, no dia 28 de fevereiro de 1938, e posteriormente, telegrafista.

dizendo que iria fazer 90 anos, seu dorigo citou os nomes dos seus filhos: engelberte (in memoriam), luiz carlos, jéferson, pedro ernesto, aparecida, aristides júnior, fernando (in memoriam) e ângelo.

sua paixão pelo carnaval era muito grande, gostava de se fantasiar de zorro com chicote e tudo, cuja festa começou a brincar aos 14 anos, em patrocínio do muriaé., depois tornou-se folião na cidade de espera feliz-mg., e também, em carangola-mg., no período de 1938 a 1942.

em 1943, foi transferido pra recreio-mg., onde participou assiduamente do bloco 'preocupados de souza', (papel higiênico). 

ele tinha uma outra paixão: ler e escrever e assim se cognominava um escriba, como aquele do antigo egito que anotava tudo o que o faraó ditava.

deste modo, seu dorigo escreveu pro 'verbo', jornal dirigido pelo advogado wantuiler gama lima (in memoriam), cujo secretário era o seu david germello (in memoriam), onde criou a 'coluna ferroviária', além de revisor do periódico, e, sendo assim, passou a escrever no 'correio da manhã' e no 'jornal do brasil' ambos do rio de janeiro, bem como no 'o jornal de recreio e no fanzine 'mar de morros'.

além disso, escreveu os livros: 'roteiro da cidade', 'uma nuvem que passa' e 'o cinema e seus 100 anos de luminosa trajetória'.

o cinema foi outra das suas paixões. em 1945 adquiriu um projetor cinematográfico silencioso, que foi substituído por um sonoro e desta feita, criou uma associação no sindicato dos ferroviários, conseguindo filmes que vinham do rio de janeiro. mais tarde, a partir de 1959, criou o cinema 'sonho de criança', que funcionou no clube do 'flor da mocidade' e ali permanecendo até 1962. nesta época, ele atendia também conceição da boa vista, distrito de recreio-mg. 

além de escriba, seu dorigo fazia poemas e suas caminhadas eram todos os dias, em casa gostava de ouvir músicas de velhos carnavais, escrever e ver filmes de far-west.

indagado pela sua religião, disse ser católico, apostólico, romano, não praticante, mas, de vez em quando, vai à igreja contribuir com o dízimo.

o título de 'recreiense de coração' indicado pela câmara municipal de recreio, no governo joão dólar, o deixou orgulhoso, todavia, ressaltou que não esquece sua terra natal, onde vivem os seus irmãos.

nota: esta entrevista foi feita no fanzine 'mar de morros', edição nº 111, de 2010, o ano em que nos deixou, se transformando numa estrela do céu de recreio, como ele gostava de terminar os seus panegíricos.


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