Segundo o livro, Sertões dos Puris, de Heitor Bustamante, a tromba-d'água de 1948 foi a terceira na nossa região da Zona da Mata de Minas. As duas anteriores aconteceram em 1879 e 1896.
A de 1879 foi no Serrote (Ibitiguaçu), no município de Pádua(RJ), quando uma pesada nuvem se rompeu, em 5 de novembro, no sítio Quero Eu, de João Luiz de Araújo, no sopé da serra.
A violência da água destruiu duas casas de colonos, sepultando 7 pessoas, no valão de Ourives e assim, foi destruindo tudo que encontrava pela frente.
Na fazenda de São Pedro, propriedade de Manuel José Pereira, parte do engenho, paiol e uma túlia repleta de alimentos foram totalmente destruídos.
E, deste modo, a assustadora enchente arrastou tudo, num trajeto de 12 quilômetros, até o rio Pomba.
Por sua vez, a tromba d'água de 1896, precipitou-se na fazenda do Retiro Formoso, do capitão Augusto Ollivier, soterrando uma casa e fazendo três vítimas. O volume d'água foi tão grande, que chegou até à linha da Estrada de Ferro Leopoldina, na famosa Volta da Ferradura, arrancando 10 metros de trilhos e dormentes.
O mais triste que aconteceu, nesta terrível enchente, foi com o trem cargueiro de 8 vagões, que saiu da estação de Baltasar com destino a Pádua.
O sinistro ocorreu numa curva bem fechada e de rampa íngreme. A máquina e 2 carros se precipitaram numa cratera de 5 metros de altura, resultando na morte de dois guarda-freios e o foguista, que foram encontrados com os corpos bem deformados e muito queimados. Já o maquinista Capitulino Rodrigues, foi achado vivo, altas horas da noite.
NOTA: É bom lembrar que nossa região tem um forte histórico de tromba-d'águas. Por isso, devemos estar sempre atentos com esta incrível quantidade de chuvas, que vêm ocorrendo. Minha avó Luíza (in memoriam) me dizia que, quando aparecem cordões abaixo das nuvens, são pequenas tromba-d'águas.
Anibal, em 14/02/2020.
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