O índio não vive de
conceitos, segundo Daniel Munduruku, um índio que escreve histórias
infanto-juvenis, um índio que estudou filosofia com os salesianos. Para ele, os
índios não criam ideias para viver, fazem apenas o necessário como, pescar,
caçar, brincar, cantar, contar histórias mirabolantes, dançar, enfim,
transformar a vida num parque de diversões.
O problema é que o Brasil
sendo um país laico, não faz nada contra a intromissão de missionários religiosos
nas aldeias indígenas, jamais poderemos transformar uma oca numa casa urbana,
não tem nada a ver, o índio não precisa de muitos objetos para viver bem,
basta-lhe uma rede e seus utensílios para fazer comida e caçar, mais nada. O homem
urbano não é ritualista, algo que ele perdeu com a civilização e que é de suma
importância para o espírito humano, portanto, os índio têm os seus rituais e
isso é essencial para a sua alma. Não existe para o índio este negócio de bens
móveis e imóveis, tudo é de todos, ninguém é dono de nada e ao mesmo tempo são
donos de tudo.
Anibal Werneck de Freitas.
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