quarta-feira, 15 de junho de 2011

JULINHO

Ainda me lembro muito bem, final dos anos 60, bem cedinho, pegava o meu violão e corria pra casa do Seu Cafrázio, lá, eu acabava acordando o Délcio, o Sebastião e o Julinho, que dormiam no mesmo quarto e, deste modo, púnhamos a cantar e a tocar os sucessos do então Iê, Iê, Iê. Naquela época, o quarto era uma espécie de estúdio, o Milton Nascimento, também conta algo parecido, era moda, assim presumo. Pois bem, toda aquela alegria ficou no tempo, tempo em que o sonho era mais forte que a realidade, tínhamos uma imensa estrada pela frente, tudo era mais colorido, o Julinho gostava de tocar sua gaita de uma maneira romântica, gostava de fazer serenata para uma paixão que tinha naquela ocasião, foi membro do conjunto Os Selenitas, enfim, estava sempre do nosso lado, dando aquela força no que fosse preciso, muito inteligente, certa vez, ele fez um microfone pra gente com o auto-falante do rádio do seu pai, que apareceu nervoso no nosso ensaio zangando com o filho, Julinho, num san, você deixou o meu rádio mudo, não consigo ouvir nada, devolve-me o microfone, digo, o auto-falante, assim era o Julinho, dava um jeito pra tudo.
Agora, meu irmão, Marco, me telefona, dizendo que o Julinho morreu, o interessante foi que ontem falei a respeito dele com a minha mulher, Alice, o Julinho sempre me chamou de Tucanlino, Tucanlino, pra quem não conhece, é um personagem que eu criei, pois bem, pelo telefone conversei com o seu irmão, o Sebastião também, dando-lhe os pêsames, uma lacuna na vida de quem conheceu o Julinho, sempre pra cima, é a vida, foi-se o amigo, mas em compensação, ficou sua gaita, ouça a gravação no vídeo.


Anibal Werneck de Freitas.



Gravação da música, ECILA (Anibal W. de Freitas), com o solo do Julinho na gaita, em Recreio, 1988.
Foto, OS SELENITAS, da esquerda para a direita, Sebastião (irmão do Julinho), José Rosa, 
Anibal Werneck e Roberto Werneck.

6 comentários:

  1. Sou sobrinha do Julinho e fico feliz com a homenagen que esta fazendo.
    Ele sempre foi e será um grande artista!!! Sabe pq? artista nunca morre mais sempre fica na memoria das pessoas.
    abraços
    Alessandra

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  2. Brunzin,
    Bons tempos aqueles em que eu e seu pai tocávamos n'Os Selenitas, o Julinho estava sempre com a gente, agora, foi embora de uma maneira brusca,vai fazer muita falta, infelizmente a vida é assim, pega a gente sempre de surpresa.
    Um abraço,
    Anibal.

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  3. Alessandra,
    Dizem que quando uma pessoa morre, ela passa a estar em todos os lugares, é verdade, quando alguém que gostamos está vivo, não ligamos muito, mas quando morre, passamos a ligar o tempo todo, é como se estivesse do nosso lado o tempo todo. O Julinho com sua alegria, sempre foi um amigo sincero e prestativo, já está fazendo muita falta.
    Um abraço,
    Anibal.

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  4. ^^ Obrigado pela postagem, pelo carinho e que Deus abençoe sua vida "Anibal".

    E alessandra concerteza o meu tio era um artista, e sabemos que artistas nunca morrem rsrs.":D" Eu me lembro dele imitando as maritacas eu morria de rir [:d]. Mas a vida é assim mesmo e vlw pela homenagem em breve postarei no meu blog uma homenagem tambem abçs

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  5. Bruno,
    é isso aí, jamais esqueceremos o Julinho, este 2011 está sendo uma barra pra mim, perdi o meu pai e agora o meu amigo, Julinho, paciência.
    Aproveitando o momento, envie-me o endereço do seu Blog.
    Abraços,
    Anibal.

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VENTO SUAVE (Lenira, Armando e Anibal)