Eu entendo o Candomblé de uma forma muito simples e eficaz, de todas as religiões é a mais racional, a mais humana e a mais antiga. Enquanto o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo engatinhavam, os africanos já professavam seus cultos animistas.
Como já foi proferido no início, o Candomblé é uma religião muito simples, tem OLORUM como a Fonte da Natureza, de tudo o que existe, digamos, o princípio, depois os ORIXÁS que são as forças da Natureza representadas pelos quatro elementos, Fogo, Terra, Ar e Água e não são deuses, daí a razão de que o Candomblé não é uma religião politeísta e sim, monoteísta e, finalmente, os homens, os animais e os vegetais, filhos deste mundo natural, digo isso, porque o Candomblé não é uma religião dualista como as demais, não existem dois mundos distintos, o natural e o sobrenatural. Por outro lado, ao contrário da maioria esmagadora das religiões, o Candomblé valoriza a vida terrena, ou melhor, manifesta esta vida temporária com muita empolgação. OLORUM, por sua vez, não se intromete, delegando assim total liberdade para não comprometer o tema principal da religião que é a alegria de viver.
Muito bem, para fechar este texto, devo confessar a minha grande simpatia pelo Candomblé e, segundo o antropólogo francês Pierre Verger que viveu e morreu na Bahia, o Candomblé sobrevive até hoje porque não quer convencer as pessoas sobre uma verdade absoluta, ao contrário da maioria das religiões.
Aníbal Werneck de Freitas.
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