Às vezes me encontro no caminho, ás vezes fora dele, mas uma coisa é certa, estou sempre caminhando, caminhando e cantando como diria Vandré na sua música, que clama pelos quatro cantos do mundo as injustiças militares que profanaram o seu túmulo*, mas isso foi em vão, porque a via continua descortinando cada vez mais a possibilidade de liberdade que tentaram tolher, pois a vida foi mais forte, hoje estes algozes estão decrépitos, sentados sobre as próprias fezes que cultivaram a vida toda, regadas à urina, colhendo assim o que plantaram, e, o que são eles hoje sob os ossos dos seus mortos, se o remorso é o companheiro, acho isso pouco, pelo o que fizeram, ex-torturadores, torturados de hoje, porque o sangue das vítimas grita cada vez mais forte nos seus ouvidos, por isso é que não acredito em Deus, por ter permitido esta estra triste página na nossa História. Assim como permite as atrocidades das guerras constantes no nosso planeta.
E pensar que ainda tem gente que quer a volta da Ditadura, só pode se filhinho ou filhinha de papai, alguns riquinhos metidos à besta, que não sabem o que é passar necessidade e não viveram o período de chumbo que eu vivi na juventude, não sabem o que estão dizendo, É... mas no tempo dos militares não tinham assaltos, chacinas, corrupções. Infelizmente, estão por fora, tinha tudo isso, coisas piores como torturas, sem falar nos inúmeros trabalhadores que morreram na construção da ponte Rio-Niterói, porque o Governo não deixava publicar nada e, ainda por cima, O Globo todos os dias fazia um editorial na primeira página, justificando o regime dos militares.
*O Vandré de hoje não é mais o mesmo de ontem, aquele morreu.
anibal werneck de freitas.
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