sábado, 13 de agosto de 2016

A PROCISSÃO DOS MORTOS


Conta-se nos livros de História, que por volta de meados do século XIX, numa pequena cidade interiorana de Minas Gerais, uma velha senhora gostava de ficar à noite na janela de sua casa apreciando o parco movimento que o lugar lhe oferecia. Acontece que a partir das sete horas da noite, todo mundo já estava praticamente dormindo, as ruas totalmente desertas, e, mesmo assim, ela continuava até à meia-noite, no seu posto.
Certo dia, numa noite sem lua, lá pelas tantas, uma estranha e silenciosa procissão se descortinou à sua frente. Meio assustada, ela estranhou o horário do evento e o silêncio dos sinos da igreja, todavia, mesmo assim, continuou observando. De repente, um vulto com o rosto coberto por um véu se deslocou do cortejo religioso e veio em sua direção e, sem deixar ver o rosto, lhe entregou duas velas acesas, dizendo, com uma voz cavernosa, Apague as velas, porque amanhã, neste exato momento, voltarei para buscá-las. Deste modo, o estranho ser lhe deu as costas e se misturou aos demais passantes. Por sua vez, agora, bastante assustada, a mulher fechou a janela, colocou as duas velas apagadas sobre a cômoda e, cansada, pegou no sono.
No dia seguinte, ao acordar, ela achou que tudo não passara de um sonho, no entanto, foi até à cômoda para averiguar e viu dois ossos humanos, ou seja, o de um adulto e o de uma criança, no lugar das velas. Com o horror estampado no rosto, a idosa lembrou que o dono iria voltar, e, deste modo, pegou o terço e começou a rezar freneticamente. Neste dia, ela não fez nada, e assim, permaneceu tremendo dos pés à cabeça, até o momento em que ouviu três batidas na sua janela. Completamente trêmula, ela a abriu e entregou os ossos ao visitante macabro que, ao pegá-los, num passe de mágica, ambos se transformaram em duas velas acesas, clareando o rosto de uma caveira, que a advertiu, Isto é pra você aprender, porque os vivos não podem ver a procissão dos mortos!

terça-feira, 2 de agosto de 2016

Ó, VIRGEM MARIA! [Música Sacra Mineira]



Por volta de 2001, eu encontrei uma partitura num livro antigo que me chamou muito a atenção, tratava-se de uma música sacra intitulada, Ó Virgem Maria, muita cantada nas igrejas do século XIX.
Sem autor definido, resolvi gravá-la com uma roupagem mesclada num estilo urbano-rural. Mais pra frente, vi um comentário cinematográfico de São João Del Rey, com esta música, feito pelo mestre Humberto Mauro, que tive a honra de conhecer pessoalmente em Volta Grande(MG).
Pois bem, a História nos conta que quem a cantasse três vezes seria perdoado de todos os pecados.

Anibal Werneck de Freitas.

AWF / MENINO - DEUS, NOSSO PADROEIRO / Aníbal



Recentemente gravei esta música que fala a respeito do Padroeiro de Recreio(MG), o Menino-Deus, mais uma prova de que a religiosidade continua forte em mim, ultimamente, de dois em dois anos, tenho participado do encontro dos ex-seminaristas de Leopoldina(MG), vejo que muitos colegas ainda mantêm a fé, que bom. Todavia, não deixo de participar do evento e chego até a cantar na Benção do Santíssimo e na Missa. Não vejo nada demais e se Deus existe realmente há de me entender, até porque o mais importante é ser o que Jesus nos ensinou. Pois bem, aí estou eu, em 2015, gravando no tablet a música Menino-Deus, Nosso Padroeiro (Pedro Dorigo & Anibal Werneck) com todo o respeito.

anibal werneck de freitas.

segunda-feira, 1 de agosto de 2016

AVE, AVE MARIA! / anibal werneck de freitas



Vasculhando minhas composições musicais, deparei-me com um número enorme de músicas de cunho religioso. Nós, mineiros, temos em nossa alma um Cristianismo latente, talvez, pelo fato de tudo ter começado numa cidade chamada, Vila Rica, hoje, Ouro Preto, coberta de igrejas por todos os lados. O mineiro que se diz ateu, no fundo, carrega a imagem de um Deus transcendente, cercado de anjos, atormentando assim a sua descrença. Na verdade, são cinco séculos de pai passando pra filho, uma religião que veio com os colonizadores. Eu não levaria nenhum susto se um dos nossos ateus virasse, num passe de mágica, um Congregado Mariano. O Cristianismo está tão enraizado na nossa civilização, sustentando religiões como, a Umbanda, o Espiritismo Kardecista, o Protestantismo e o Catolicismo. Tanto assim que, aí vai a faixa, AVE, AVE MARIA!, do CD, Mar de Morros, que gravei em 1998, no meu Studio Som Um, em Recreio(MG), no tempo em que eu não era ateu, até porque ainda curto músicas sacras, igrejas barrocas, pois vejo tudo isso como arte. Nada me fascina mais do que uma Folia de Reis cantando versos para a Virgem Maria Mãe de Jesus. Agora, respeito e invejo quem acredita.

anibal werneck de freitas.

VENTO SUAVE (Lenira, Armando e Anibal)