domingo, 31 de janeiro de 2016

HISTÓRIAS DO CAFÉ SANTO ANTÔNIO


No tempo áureo da ferrovia em Recreio aconteceu um caso interessante.
Tudo começou com um maquinista que viajava muito para as bandas de Carangola.
Como você sabe, alguns maquinistas não aguentavam ficar muito tempo longe da família e, por isso mesmo, se entregavam à bebida ou às mulheres. O do nosso caso se rendeu às mulheres. E todas às vezes que ele chegava em Recreio, vindo de Carangola – onde tinha uma amante –, não atendia aos apelos carinhosos da mulher, dizendo estar muito cansado da viagem.
Esta situação acabou virando uma rotina insuportável para a sua esposa. 
Todas as vezes ele dizia sempre a mesma coisa.
Esta situação foi enchendo a moringa da paciência de sua mulher e num belo dia o conteúdo transbordou. Neste dia ela não cobrou nada dele. Pelo contrário, recebeu ele toda sorridente dizendo que tinha uma surpresa. E assim o marido tomou aquele banho – coisa que sempre fazia quando chegava de viagem –, para depois jantar e cair na cama para um sono reparador.
Após o jantar, antes de ir pro quarto, o maquinista não se conteve de curiosidade e, impaciente, perguntou logo pela surpresa. A resposta veio na hora. Desabafando a mulher lhe disse que a galinha que ele comeu no jantar não era galinha e sim, o seu galo de estimação.
Indignado e bastante nervoso ralhou com ela dizendo que o bicho era presente dum amigo de Carangola. E de dedo quase no nariz da companheira vociferou:
- Mulher, por que você matou justamente o galo que eu trouxe de Carangola?
Sem demonstrar nenhum medo e bastante agressiva a mulher respondeu:
- Justamente porque tudo que vem de Carangola não presta pra mais nada.

*História contada pelo meu pai Antonio Hygino de Freitas (in memoriam). 

anibal werneck de freitas.

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VENTO SUAVE (Lenira, Armando e Anibal)